Conselho acusa deputado de organizar invasão a área indígena
ANDRÉ SOUZA
G1-MT

Índios da etnia Xavante que retornaram à Terra Indígena Marãiwatsédé, na região do Xingu, em Mato Grosso, em 2013, após reintegração de posse cumprida com o apoio da Polícia Federal, podem ser alvos de uma nova invasão de fazendeiros depois de conseguirem a posse definitiva do território, segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
O ataque, de acordo com a instituição, seria organizado pelo deputado federal eleito Nelson Barbudo, do PSL. Ao G1, o deputado negou que tenha a intenção de invadir a terra.
“Tenho nojo de invasão de terra e tenho nojo de proprietários que invadam terras indígenas. Sou a favor de que haja um processo legal em todas as ações que envolvam esses assuntos”, declarou.
A TI de mais de 165,2 mil hectares fica entre os municípios de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia e São Félix do Araguaia. A área foi alvo de um processo de desintrusão há cinco anos após uma disputa judicial entre produtores rurais e a Fundação Nacional do Índio (Funai), que representa os índios.
À época, os posseiros foram obrigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a deixarem a área, devolvida posteriormente aos índios.
Recentemente, entretanto, Nelson Barbudo teria declarado apoio a uma nova invasão à TI “para devolvê-la” aos posseiros e fazendeiros expulsos do território indígena, segundo o Cimi.
Em um vídeo publicado na internet, o deputado eleito classifica como crime a retirada dos agricultores. “Isso foi um crime que cometeram contra aqueles que produziam e geravam renda”, declara.
Em nota, o Ministério Público Federal em Mato Grosso (MPF-MT), principal articulador da desocupação, afirmou que qualquer ataque ou tentativa de invasão “receberá respostas enérgicas e eficazes”.
A história de ocupação irregular e desintrusão é contada no documentário 'Marãiwatsédé: o resgate da terra'. O longa ouve índios que sobreviveram ao processo e relembram o que viveram.
O filme registra depoimentos emocionantes de quem presenciou as mortes, a violência e o desrespeito à cultura e às tradições do povo Xavante.
Ocupação e remoção
De acordo com a Funai, o povo Xavante ocupa a área Marãiwatsédé desde a década de 1960.
A remoção forçada deles ocorreu em 1966 após a associação entre órgãos do governo federal e fazendeiros durante a ditadura militar. Nessa época, a Agropecuária Suiá-Missú instalou-se na região.
No final da década, os índios foram transferidos para a Terra Indígena São Marcos, na região sul de Mato Grosso, e lá permaneceram por cerca de 40 anos.
À época, 1/3 da população morreu como resultado da remoção.
O processo de retirada dos posseiros foi marcada por confrontos entre policiais e não-índios.
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Comentários (2)
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Juca Curimba | Segunda-Feira, 11 de Fevereiro de 2019, 14h1300
Tá bom... E alguém acredita ? Esse povo de esquerda não tem limites. Pra começar religião nem deveria se envolver neste tipo de questão, sou católico mas sou revoltado com isso, não vê um real meu de dízimo, até parece que vou ficar financiando esse tipo de movimento, não pago e brigo com quem paga,...
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Barbeiro | Segunda-Feira, 11 de Fevereiro de 2019, 13h3600
Nem começou o mandato e já tá aí fazendo cagada! Nojo dessa barba nojenta!
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