A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) instaurou um processo administrativo disciplinar (PAD) e afastou preventivamente por 60 dias o procurador Benedito César Corrêa de Carvalho. Ele está preso desde o último sábado (10) após manter uma garota de programa, de 16 anos, em cárcere privado e ameaçá-la com uma arma de fogo em seu apartamento no bairro Araés, em Cuiabá.

As portarias constam no diário oficial desta quinta-feira (15). Diante da gravidade dos fatos, o presidente da Casa de Leis, deputado Max Russi (PSB) e o primeiro secretário, Dr. João (MDB) assinaram as duas portarias.

A primeira designa uma comissão formada pelos procuradores Carlos Antonio Dornellas Filho (presidente), Álvaro Gonçalo de Oliveira e Gabriel Machado dos Santos Costa para apurar a conduta de Benedito no âmbito do PAD, com prazo inicial de 60 dias. A segunda determina o afastamento preventivo do procurador, que está proibido de acessar as repartições e sistemas da Assembleia, além de manusear equipamentos e documentos da Casa, salvo para sua defesa.

Segundo o Portal da Transparência da ALMT, Benedito recebe salário bruto de R$ 44 mil. Ele também está proibido de acessar as dependências do Parlamento. “Fica proibido o acesso do mencionado servidor às repartições internas da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, bem como o acesso a sistemas eletrônicos internos, posse de equipamentos e de documentos durante a vigência desta Portaria, salvo para prática de atos inerentes à sua defesa”, diz a portaria.

O CASO - No momento, Benedito está preso após ter a prisão mantida pelo juiz Gleidson de Oliveira Grisote Barbosa, do Núcleo de Audiências de Custódia de Cuiabá, que destacou o risco de Benedito voltar a cometer crimes, considerando seus antecedentes por delitos semelhantes. Esta é a terceira vez que o servidor responde por manter mulheres em cárcere privado.

Em 2017, ele foi detido por ameaçar uma garota de programa com uma faca. Já em agosto de 2023, voltou a ser preso por manter uma mulher de 19 anos presa em um condomínio na capital. O histórico do procurador também inclui um processo de 2011, quando foi flagrado entrando em um motel com menores de idade.

Apesar da defesa ter alegado dependência química e solicitado sua permanência em sala de Estado Maior ou prisão domiciliar, o juiz considerou que não há provas da alegada inimputabilidade e que medidas alternativas não garantiriam a segurança pública.