Cidades

Sexta-Feira, 06 de Dezembro de 2024, 21h04

RAGNATELA

Alvos de operação são liberados para retiro e viagem a SC

Os dois seguem com tornozeleira eletrônica

LEONARDO HEITOR

Da Redação

 

O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, autorizou que dois investigados na Operação Ragnatela, deflagrada pela Polícia Federal no dia 5 de junho deste ano, deixem a capital de Mato Grosso. Na decisão, o magistrado permitiu que uma das suspeitas, que supostamente seria ‘contadora’ de uma organização criminosa ligada ao Comando Vermelho, viaje para Santa Catarina, para visitar os pais.

O ex-assessor parlamentar Rodrigo de Souza Leal também teve um pedido para participar de um retiro religioso concedido. A investigação que culminou na deflagração da Operação Ragnatela identificou que criminosos teriam adquirido a casa noturna Dallas, em Cuiabá, pelo valor de R$ 800 mil, pagos em espécie, com o lucro auferido por meio de atividades ilícitas.

A partir de então, o grupo passou a realizar shows de MCs nacionalmente conhecidos, custeado pela facção criminosa em conjunto com um grupo de promotores de eventos. Segundo os investigadores, o líder do grupo seria Joadir Alves Gonçalves, o “Jogador”, que recebia dinheiro de Joanilson de Lima Oliveira, o “Japão”, e João Lennon Arruda de Souza, após o recolhimento da venda de drogas operacionalizadas pelo Comando Vermelho. Esses recursos eram repassados para Willian Aparecido da Costa Pereira, o “Gordão”, que encaminhava os valores para os promotores de eventos Rodrigo de Souza Leal e Elzyo Jardel Xavier Pires.

O objetivo era custear parte dos shows realizados no Dallas Bar e em outras casas noturnas, tendo a investigação apontado ainda que o grupo recebia investimento de um grupo de promotores denominado G12 Eventos. Após a realização das apresentações, a contabilidade era efetivada e os lucros eram repassados por Rodrigo e Kamilla Beretta Bertoni, de forma proporcional, aos investidores: membros do G12 e integrantes do Comando Vermelho.

Relatórios que fazem parte do inquérito, obtidos por meio de quebra de sigilo fiscal mostram que Kamilla Beretta declarou imposto de renda entre o período de 2019 e 2022, mas os valores que apresentados por ela são incompatíveis com as cifras que ela movimentou em conta bancária em operações de crédito e débito. Tais operações, conforme o documento, somaram R$ 3 milhões, sendo R$ 1,5 milhão em créditos e outros R$ 1,5 milhão em débitos.

As primeiras audiências de instrução e julgamento foram realizadas no último dia 3 de dezembro, ocasião em que houve a desistência dos depoimentos de algumas testemunhas. Após as oitivas, o magistrado agendou uma nova sessão para ouvir o restante dos suspeitos, que será realizada no dia 9 de dezembro.

Durante a audiência, a defesa de Kamilla Beretta Bertoni pediu autorização para que ela viajasse para Santa Catarina, com data de retorno para 1 de março de 2025. O magistrado acatou o pedido após a comprovação de que o pai e a madrasta da suspeita residem naquele estado, bem como o estado debilitado de saúde do casal. O juiz, no entanto, ainda irá avaliar se revogará ou não o monitoramento eletrônico.

O magistrado também avaliou um pedido feito pela defesa de Rodrigo de Souza Leal, que solicitou autorização para participar, entre os dias 6 e 8 de dezembro, de um retiro religioso, em Santo Antônio do Leverger. No caso do suspeito, como ainda não foram encerradas as audiências de instrução e julgamento, a viagem deverá ser feita com o monitoramento eletrônico.

Comentários (4)

  • Bolsonaro  |  07/12/2024 13:01:46

    Esse era do vereador cassado foi para o dr Licínio e agora ex calote do CV.

  • Antonio |  07/12/2024 06:06:36

    E bom demais apronta e apronta e está de boa

  • Mário |  07/12/2024 06:06:27

    Humm... típicos conservadores arisco que sejam Deus pátria família brandam Lula ladrão

  • Dona Porfiria Amorim  |  06/12/2024 22:10:42

    No Brasil o crime compensa! Por isso muitos políticos gostam de viver aqui neste país

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