O juiz da Vara Especializada do Meio Ambiente, Antonio Horário da Silva Neto, condenou o pecuarista Claudecy Oliveira Lemes a 5 anos de prisão relativos a dois processos por devastar quase 3 mil hectares no Pantanal. As propriedades Soberana e Landy/Indaia, em Barão de Melgaço (75 Km de Cuiabá), foram alvos de ações criminosas contra o meio ambiente. 

As sentenças, divulgadas em maio, apontam o desmatamento ilegal de vegetação nativa. Na Fazenda Soberana, 1.533 hectares foram destruídos, enquanto na Landy/Indaia, 1.348 hectares foram afetados. Segundo a denúncia, fiscais ambientais  constataram descumprimento de embargos na fazenda Landy/Indaia no ano de 2023. A área, interditada desde 2018, abrigava pastos ilegais e cerca de 4 mil bovinos, tendo sua regeneração natural impedida pela atividade pecuária irregular.

Claudecy não regularizou as propriedades, violando um termo de ajustamento de conduta (TAC) e também não conseguiu a aprovação de seu cadastro ambiental rural (CAR) - um registro utilizado pelo Poder Público para controle do desmatamento e também para fins de regularização fundiária. 

Além do CAR ter sido reprovado em 2023, licenças para agropecuária e plantio de capim exótico também não foram apresentadas. As provas utilizadas na denúncia incluem confissões dos envolvidos nos danos ambientais, testemunhos e laudos técnicos. Na Fazenda Soberana, imagens de satélite confirmaram o desmatamento entre os anos de 2015 e 2021.

O regime aberto foi estabelecido para o cumprimento da pena. Dono de 11 fazendas, Claudecy acumula multas ambientais de R$ 2 bilhões em MT e ficou “famoso” ao ser apontado como o “maior desmatador do Pantanal”, utilizando o chamado “Agente Laranja”, que é proibido, para abrir as terras, causando danos em 81 mil hectares.