Quarta-Feira, 01 de Janeiro de 2025, 11h04
REVIRAVOLTAS
Investigação sobre morte de advogado se arrastou no ano
VINICIUS MENDES
Gazeta Digital
No ano de 2024, um caso que teve várias reviravoltas tratou da morte do advogado Roberto Zampieri. A vítima foi morta em dezembro de 2023, mas em 2024 os réus foram identificados e denunciados pelo crime. Além disso, o celular do advogado também foi alvo de disputa. No mês de janeiro, uma empresária que havia sido acusada de mandar matar Zampieri estava presa e teve seu pedido de liberdade rejeitado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Já em fevereiro o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) denunciou 3 acusados de envolvimento na execução do advogado, Antonio Gomes da Silva, Hedilerson Fialho Martins Barbosa e Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas. O nome do suspeito de ser o real mandante ainda não havia sido divulgado. A empresária não foi denunciada, pois a investigação não encontrou provas robustas sobre seu envolvimento.
Ainda em fevereiro, o MP se manifestou favorável ao pedido da defesa da empresária que foi acusada pelo crime, para que fosse revogada a prisão domiciliar dela e retirada sua tornozeleira eletrônica. Naquele mesmo mês, a 12ª Vara Criminal de Cuiabá tornou Antônio, Hedilerson e Etevaldo réus pelo homicídio de Zampieri e também acatou os pedidos feitos pela defesa da empresária, por falta de provas.
No mês de março, Aníbal Manoel Laurindo foi apontado como o mandante do crime. Ele foi preso, mas a Justiça acabou revogando a prisão temporária. A mulher dele também foi acusada de envolvimento no crime e chegou a ser presa, mas foi solta depois, pois o magistrado considerou que ela necessitava de tratamento médico especializado e oferecia “risco de autoagressão”.
O caso não avançou muito nos meses seguintes e em junho a 12ª Vara Criminal de Cuiabá impôs multa aos advogados de Antônio, Hedilerson e Etevaldo, por entender que a demora deles em apresentar resposta à acusação era uma tentativa de prolongar o processo.
Também em junho a Justiça manteve a prisão de Hedilerson Fialho Martins Barbosa. Naquele mês a Justiça ainda autorizou a devolução do celular e outros pertences de Zampieri à viúva, Adriana Zampieri. Dias depois, no entanto, a decisão foi revogada. Dados do celular, posteriormente, foram encaminhados ao Conselho Nacional de Justiça.
Até aquele momento ainda não havia ocorrido uma audiência sobre o caso. Em julho a viúva, novamente, tentou reaver o celular, mas teve o pedido negado. Também naquele mês, a presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Mato Grosso (OAB-MT), Gisela Cardoso, afirmou que o órgão queria atuar como assistente de acusação no processo contra os réus pelo homicídio do advogado.
Ainda em julho, a ministra Maria Thereza de Assis Moura, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), manteve a prisão de Antônio Gomes da Silva, acusado de matar Zampieri. Dias depois, a 12ª Vara Criminal de Cuiabá negou o pedido de prisão domiciliar feito pelo coronel do Exército, Etevaldo Luiz Cacadini de Vargas.
Já em agosto, o MPMT pediu novas diligências para apurar a morte do advogado. Isso após a decisão do CNJ que afastou dois desembargadores do TJMT que teriam envolvimento em um esquema de venda de sentenças, que seria articulado por Roberto Zampieri. Isso tudo foi descoberto após perícia no celular da vítima. A Justiça acabou autorizando o compartilhamento das provas para auxiliar o inquérito complementar.
Ainda em agosto a viúva do advogado teve mais um pedido de devolução do celular negado, desta vez pelo STJ. Também naquele mês, o MP pediu a exclusão do advogado da viúva do processo sobre a morte de Zampieri, alegando que ele vinha buscando a destruição de provas importantes. A defesa rebateu e afirmou que apenas buscava preservar a privacidade da família. O pedido do MP foi negado.
Em agosto a 12ª Vara Criminal de Cuiabá manteve novamente a prisão de Antônio, Etevaldo e Hedilerson. O MP também pediu que os réus fossem julgados pelo Tribunal do Júri.
No mês de setembro, a 12ª Vara Criminal de Cuiabá negou um pedido de Etevaldo para que fosse transferido para uma base militar no estado de Minas Gerais. Houve um novo pedido de revogação das prisões, mas a Justiça negou, mesmo após Hedilerson citar a morte de sua mãe.
Também em setembro a Justiça autorizou o acesso de Etevaldo aos dados extraídos do celular da vítima. Poucos dias depois os advogados Neyman Augusto Monteiro e Nilton Ribeiro de Souza anunciaram que não atuariam mais na defesa de Antônio e Hedilerson.
Já no mês de outubro a 12ª Vara Criminal de Cuiabá rejeitou pedidos das defesas e considerou que tentavam arrastar o processo. Naquele mesmo mês a Justiça negou um pedido dos réus para que houvesse a prorrogação do prazo para apresentação das alegações finais. Poucos dias depois foi decretado o sigilo na ação sobre o homicídio de Zampieri.
Informações sobre o inquérito circularam na mídia em outubro. Foi descoberto que a morte de Zampieri foi encomendada após uma decisão sobre disputa de terras, que foi desfavorável ao mandante do crime. Também foram encontradas as mensagens que um dos desembargadores afastados enviou ao advogado no dia do homicídio. No fim daquele mês o ministro Cristiano Zanin determinou o encaminhamento de todos os dados e provas colhidas no inquérito complementar sobre a morte, ao STF.
Já no mês de dezembro o homicídio de Roberto Zampieri completou um ano, ainda sem julgamento. Também em dezembro o STJ rejeitou um recurso de Etevaldo, que pedia prisão domiciliar. Dias depois, o ministro Cristiano Zanin determinou o retorno dos autos para a Justiça de Mato Grosso.
O caso
Roberto Zampieri tinha 56 anos e foi assassinado na noite do dia 05 de dezembro de 2023, na frente de seu escritório localizado no bairro Bosque da Saúde, na capital. A vítima estava em uma picape Fiat Toro quando foi atingida pelo executor com diversos disparos de arma de fogo. O executor foi preso na cidade de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG).
O mandado de prisão de Antônio Gomes da Silva foi cumprido pela Delegacia de Homicídios da capital mineira em apoio à Polícia Civil de Mato Grosso, que investiga o crime ocorrido contra o advogado.
No dia 22, Hedilerson Fialho Martins Barbosa, membro do Exército e instrutor de tiro, foi apontado como intermediário do crime, sendo responsável por contratar o executor e entregar a arma de fogo.
Coronel do Exército, Etevaldo Luiz Cacadini de Vargas, foi preso no dia manhã de janeiro, em Belo Horizonte (MG), acusado de ser o financiador do crime. O suposto mandante, Aníbal Manoel Laurindo, está solto.
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