Cidades

Segunda-Feira, 12 de Maio de 2025, 16h55

APITO FINAL

Juíza mantém bloqueio de carro ligado a tesoureiro do CV que girou R$ 65 mi

Homem alega ter comprado o veículo numa concessionária

DIEGO FREDERICI

Da Redação

 

A juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Alethea Assunção Santos, manteve o bloqueio de um Volkswagen Fox (2016/2016) que estava no nome de Renan Freire Borman, suspeito de “fornecer” veículos à facção criminosa Comando Vermelho, alvo da operação Apito Final. De acordo com um homem que estava na posse do Fox em sua apreensão, mas que não é investigado na operação, o veículo foi adquirido em novembro de 2023 da concessionária “Bororó Veículos” pelo valor de R$ 55 mil.

A revendedora de veículos, segundo ele, teria se “esquivado” de passar o Fox para o seu nome dizendo que Renan Freire Borman - que havia deixado o veículo para venda por consignação -, estava “viajando”. Cinco meses depois o Fox foi apreendido na operação “Apito Final”, o que fez com que o suposto novo proprietário entrasse na justiça para tentar recuperar o bem.

“Sustenta que, embora tenha realizado os trâmites para aquisição do automóvel, a revendedora não procedeu à transferência da titularidade, sob o argumento de que o requerido Renan Freire Borman estaria viajando e não poderia assinar o recibo e, após, no dia 2 de abril de 2024 este juízo teria incluído bloqueio judicial”, diz trecho do processo.

Em decisão publicada nesta segunda-feira (12) a juíza não acatou os argumentos, apontando que o veículo deveria ter sido transferido, o que não ocorreu. “A documentação apresentada pelo embargante revela esforço em demonstrar a origem lícita dos recursos utilizados na transação, contudo, carece de eficácia plena diante da ausência de formalização da transferência. O próprio embargante reconhece que a medida judicial foi efetivada em abril de 2024, enquanto o negócio teria sido celebrado em novembro de 2023, sendo certo que desde o início não houve transferência formal de propriedade”, analisou a magistrada.

De acordo com a PJC, que deflagrou a operação Apito Final, Paulo Witer usava o time de futebol amador "Amigos do WT" como forma de lavar dinheiro do crime organizado. Ele foi preso em Maceió (AL) com o jogador Alex Junior Santos Alencar, onde acompanhavam um campeonato, no fim do mês de março deste ano, e é apontado como "tesoureiro" do "Comando Vermelho".

A operação cumpriu 25 mandados de prisão e 29 de busca e apreensão, além da indisponibilidade de 33 imóveis, sequestro de 45 veículos e bloqueio de 25 contas bancárias ligadas a um esquema de R$ 65 milhões. A Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da PJC, revela que Paulo Witer “usava” diversas pessoas - incluindo amigos, familiares e advogados atuando como 'laranjas' - para adquirir imóveis, comprar e vender veículos, e também atuar na locação de carros.

Conforme as investigações, mesmo sem ter renda lícita, os investigados compraram duas BMW X5, um Volvo CX 60, uma Toyota Hilux, duas VW Amarok, um Jeep Commander, um Mitsubishi Eclipse e um Pajero, além de diversos Toyota Corolla. Renan Freire Borman, por sua vez, é suspeito de “fornecer” os veículos a WT e também a outras pessoas - ele teria vendido uma BMW que foi bloqueada no processo.

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