O juiz Geraldo Fernandes Fidelis Neto negou o pedido da defesa para transferir Sandro Silva Rabelo, conhecido como "Sandro Louco", líder do Comando Vermelho em Mato Grosso, do regime de isolamento rigoroso para o convívio comum no sistema prisional. Condenado a 215 anos de prisão por homicídio, tráfico, lavagem de dinheiro e associação criminosa, ele permanecerá no Raio 8 da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, considerado o setor de segurança máxima. Decisão foi proferida na terça-feira (24).

O Comando Vermelho é uma das maiores facções criminosas do Brasil, e líderes mantidos em isolamento costumam ter restrições rigorosas para evitar comunicação com o crime organizado. A decisão reforça a estratégia de combate ao comando vertical mesmo dentro do sistema prisional.

A defesa argumentou que não há motivos recentes que justifiquem sua permanência no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), já que ele não cometeu infrações nos últimos cinco meses. Além disso, os advogados contestaram que a decisão inicial teria sido baseada em presunções e fatos antigos, sem provas atuais de risco.

No entanto, o Ministério Público defendeu a manutenção do isolamento, e o juiz concordou, destacando que a decisão pelo RDD foi tomada por um colegiado judicial, seguindo critérios legais. O magistrado ressaltou que a Lei de Execução Penal permite o regime diferenciado com base em dados de inteligência policial, especialmente para líderes de facções que continuam a comandar crimes mesmo atrás das grades.

Um relatório da Coordenadoria de Inteligência da Polícia Civil do MT apontou Sandro Louco como chefe máximo da facção no estado, com participação ativa na emissão de ordens criminosas de dentro da prisão. Para o juiz, esses elementos comprovam sua periculosidade atual.

Apesar da decisão, a SAAP (Serviço de Apoio à Administração Penitenciária) terá que informar em 48 horas a data exata em que Sandro foi transferido para o Raio 8. Após completar seis meses no regime, ele deverá ser levado para um setor comum – a menos que novas provas justifiquem a prorrogação.

O pedido para receber visitas ficou suspenso até a definição do prazo exato de sua permanência no RDD. A expectativa é que, com a possível mudança de regime, as regras de visitação também sejam reavaliadas.