Em seu discurso de posse nesta terça-feira (25), o novo desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Jones Gattas Dias, destacou a importância da sociedade ter confiança na Justiça brasileira. Ele citou os ataques ao Poder Judiciário, intensificados com o crescimento do acesso às redes sociais, e pontuou que as novas tecnologias são um dos maiores desafios atuais. 

Jones Gattas foi eleito na vaga exclusiva para a magistratura, aberta em razão da aposentadoria do desembargador Rondon Bassil. A escolha ocorreu em sessão administrativa do Tribunal Pleno na segunda-feira (24), pelo critério de merecimento. Ao todo, 24 juízes e juízas concorriam à vaga. No discurso, o novo desembargador destacou os desafios que teve que encarar quando entrou na carreira de magistrado, que são diferentes dos que enfrentará agora.

“Se no início da carreira começaram a se descortinar para o mundo a rede mundial de computadores, o que temos na atualidade é o emprego da inteligência artificial na rotina de nossas atividades, além de uma infinidade de outros recursos tecnológicos, com sistemas operacionais ou de armazenamento de dados e informações, (...) mas que representam novidades facilitadoras no acesso à justiça”.

Gattass também pontuou que as novas tecnologias têm intensificado as críticas ao Poder Judiciário, que ainda não se adaptou.

“Tais avanços não eximem o Poder Judiciário de críticas, sejam elas pertinentes e por isso sempre saudáveis e bem-vindas, ou levianas, decorrentes da desinformação ou má informação a respeito dos serviços prestados. Especialmente em termos de amplo espaço e oportunidade assegurados pelas redes sociais a qualquer pessoa (...). O Poder Judiciário ainda convive com a dificuldade em lidar com essa nova a ordem estabelecida no ambiente virtual”, disse.

O magistrado ainda afirmou que o TJ tem o dever de se defender e se posicionar, identificando o que é mera crítica ou postura que merece punição. Ele disse que o Judiciário tem o dever de apontar sua integridade e a sociedade precisa enxergar a imparcialidade deste poder.

“A sociedade precisa conviver com a esperança de que, ao procurar a solução jurídica para seus conflitos, sempre encontrará no judiciário a presteza, eficiência e a garantia de que o julgamento de seu pleito resultará da incondicional busca pela justiça e pela correta aplicação da lei. Essa sociedade precisa enxergar no judiciário a imagem de confiança e imparcialidade que este representa e que deve manter sobre eterna vigilância”.