Sexta-Feira, 17 de Março de 2023, 20h39
Resistente a antibióticos e 'praga' em hospitais: saiba mais sobre a superbactéria
MARINA PAGNO
G1
Responsável pela morte de cinco bebês em Cuiabá (MT), a bactéria Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (conhecida pela sigla KPC) é considerada uma "praga" em ambientes hospitalares, onde se alastra rapidamente e pode ser mortal em recém-nascidos ou pacientes mais debilitados. A KPC faz parte de um grupo de bactérias que são resistentes a antibióticos; por isso, é chamada de superbactéria;
O agente infeccioso produz uma enzima que destrói vários antibióticos, medicamentos mais usados em casos de infecções bacterianas;
A superbactéria foi identificada no Brasil no início dos anos 2000; desde então, surtos são registrados de tempos em tempos em unidades de saúde.
Como ocorre a transmissão
De acordo com o infectologista Carlos Magno Fortaleza, a KPC atinge de forma mais frequente pacientes internados que estão com a imunidade debilitada, como em em UTIs, por exemplo.
A transmissão ocorre por meio do contato com os fluidos da pessoa infectada ou por aparelhos de ventilação mecânica, cateteres e sondas;
Se há alguma falha no processo de higiene e desinfecção do ambiente hospitalar, ela pode aparecer e se alastrar de pessoa para pessoa. É a chamada transmissão cruzada;
A infecção fora do ambiente hospitalar também pode ocorrer, mas a incidência é baixa. "Quando você está no hospital, debilitado, tomando antibióticos, você tem mais facilidade em adquirir esse tipo de bactéria. Elas são quase exclusivamente observadas em ambiente hospitalar. Há também casos de KPC em instituições de longa permanência", afirmou o médico, que é professor de medicina na Universidade Estadual Paulista (Unesp) e presidente da Sociedade Paulista de Infectologia.
No caso de UTIs neonatais, que abrigam bebês que necessitam de cuidados após o nascimento, a transmissão ocorre de uma forma muito rápida. E a morte também, de acordo com o médico. "Por isso ela causa esses surtos que assustam a gente e que são muito tristes", disse Magno.
No caso de Cuiabá (MT) os bebês estavam internados na UTI neonatal do Hospital Estadual Santa Casa. De acordo com o governo do estado, eles chegaram no hospital já infectados pela superbactéria, após passarem por outras unidades de saúde. Um exame identificou a existência da infecção.
"Isso é possível. Essa bactéria é endêmica, acontece com frequência constante em vários hospitais. Uma característica do bebê neonato é que, quando ele nasce com algum problema de saúde, ele não vai para casa e pode ser transferido para um hospital mais especializado", afirmou o médico.
"É possível que a contaminação aconteça na sala de parto, por exemplo, e daí transmitiu de um para o outro. Em geral, um paciente contrai a superbactéria e transmite para outra pessoa", disse o médico infectologista Carlos Magno Fortaleza.
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