A Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJMT) manteve a prisão de Wisley Barbosa Itacaramby, dono de um estúdio de tatuagens no município de Primavera do Leste (236 Km de Cuiabá), e apontado como “disciplina e gerente” do Comando Vermelho.

Os magistrados da Segunda Câmara seguiram por unanimidade o voto do desembargador Rui Ramos, relator de um habeas corpus ingressado pelo suspeito contra a sua prisão, ocorrida durante a operação “Retomada – Alter Ego”. A sessão de julgamento ocorreu no dia 24 de maio.

A defesa do tatuador alegou que o inquérito da Polícia Judiciária Civil (PJC), que deflagrou a operação “Retomada – Alter Ego” em dezembro de 2022, não foi “claro” ao apontar que Wisley era “disciplina” e “gerente” do Comando Vermelho. Segundo o advogado, tratam-se de atividades distintas dentro da organização criminosa, apontando, ainda, que o suspeito estaria na mesma situação processual que um outro indiciado que conseguiu se livrar da prisão.

O desembargador Rui Ramos não concordou com o argumento em seu voto, revelando que não havia registro de tráfico de drogas contra o indiciado que se beneficiou com o habeas corpus, denotando, assim, a diferença entre as situações processuais.

“As investigações preliminares [apontaram que] Wisley exerce função de gerência, na organização e na distribuição de drogas e recebimento do dinheiro proveniente de integrantes dos comércios pagadores de mensalidade”, relatou Rui Ramos.

A operação "Retomada - Alter Ego", conduzida pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf), de Primavera do Leste, cumpriu 244 ordens judiciais, entre mandados de prisão e busca e apreensão, cujos alvos são supostos integrantes do Comando Vermelho.

Há a suspeito de que o grupo estaria por trás de tráfico de drogas, furtos, roubos e homicídios, na região de Primavera do Leste, bem como em cidades como Paranatinga, Rondonópolis e Cuiabá.

As investigações que culminaram na operação tiveram início na Derf e também na Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas de Goiás, que prendeu o criminoso apontado como líder do bando que agia na região de Primavera do Leste. Até o momento, 14 processos derivados da operação “Retomada – Alter Ego” tramitam no Poder Judiciário de Mato Grosso.