A Defensoria Pública de Mato Grosso, em uma petição assinada pelo defensor Carlos Eduardo Freitas de Souza, propôs uma ação contra o influencer e youtuber Luccas Neto, por conta de problemas ocorridos durante a apresentação do artista em Cuiabá, no final de 2023. Além dele, são alvos no processo empresas ligadas a ele e a contratante que o trouxe para Mato Grosso.

A ação foi movida pela Defensoria Pública contra a R. S. da Costa Ribeiro (Pipiton Produções), a Campo da Produção, Eventos e Promoções Ltda., a Luccas Toon Studios Ltda., e a DBP Negócios Ltda. Nos autos, é narrado que o youtuber e influenciador digital Luccas Neto realizou um show em Cuiabá, no dia 2 de dezembro de 2023, promovido pelas empresas.

O evento, no entanto, gerou um grande descontentamento aos consumidores, por conta dos atrasos ocorridos no espetáculo, que se iniciou com duas horas de atraso. Também foram registradas longas filas e calor excessivo, além de inúmeras reclamações sobre os valores de ingresso elevados, destoante da qualidade do serviço proporcionado.

O público presente reclamou ainda do som inaudível, falta de informação a respeito da taxa de cobrança de comanda e propagandas enganosas, como por exemplo, prometido que haveria sessão de autógrafos com o artista, o que acabou não ocorrendo. Em maio de 2024, a Defensoria Pública encaminhou um Termo de Ajustamento de Conduta para a Pipiton Produções, objetivando ressarcimento de 90% do valor do ingresso aos consumidores lesados.

No entanto, em junho, a empresa respondeu que assumir este compromisso acarretaria sua falência, pois sequer teria recebido seus pagamentos pelos serviços prestados no evento em questão. Por conta disso, a Defensoria entendeu que não restou outra alternativa senão o ajuizamento da ação. “A presente Ação Civil Pública tem por objeto a condenação das empresas Requeridas, para que sejam obrigadas a indenizar os danos materiais e morais coletivos sofridos pelos consumidores em questão. Portanto, diante do exposto, requer-se sejam julgados procedentes os pedidos para condenar as demandadas ao pagamento solidário dos danos morais no âmbito coletivo, na importância de R$ 100 mil, em favor do Fundo Estadual de Defesa do Consumidor; Dos valores pagos pelos ingressos, com juros de mora de 1% ao mês e correção monetária”, diz trecho da petição.