Domingo, 08 de Junho de 2025, 08h06
FOTOGRAFIA
Estudante da Unemat vence prêmio com foto sobre indígena Haliti-Paresi
Da Redação
A força silenciosa de um retrato, com um gesto ancestral, a força da natureza e atravessado pela história do povo Haliti-Paresi. Foi assim que o estudante de jornalismo Guillerme Enrik Galvão, da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), conquistou o prêmio Expocom na etapa regional da premiação que integra o congresso da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), o maior evento de comunicação da América Latina, na categoria Fotografia Artística.
A imagem vencedora foi produzida na Aldeia do Formoso, localizada em Tangará da Serra (MT), e retrata o indígena Luciano Kezo, da etnia Haliti-Paresi, povo que atua na defesa de seus territórios e fortalecimento de suas práticas culturais, incluindo o etnoturismo, com apoio da Operação Amazônia Nativa (OPAN). Agora, a fotografia avança para a etapa nacional do prêmio, que acontece em Vitória (ES) em setembro.
“O processo da foto foi bem espontâneo. Eu estava mais focado em fotografar o lugar, já tinha conversado com o Kezo, sobre o que o local representava e como eles viam aquele lugar, que, para ele, é como um santuário a céu aberto que mais pessoas precisam conhecer. Depois disso, ele começou a conversar e saiu andando, e eu fui fotografando todo o caminhar. Quando ele chegou na pedra, disse que conseguiria acertar um pássaro que voava. E aí, eu fotografei”, relata Guillerme.
Mas essa não foi a única conquista da Unemat, outros seis trabalhos foram premiados no Expocom na etapa Centro-Oeste, entre um total de 13 trabalhos enviados na modalidade de trabalhos experimentais e ainda outros 12 apresentados nos Grupos Temáticos (GTs) do evento. Os projetos apresentados pela instituição demonstram o compromisso da universidade pública com a valorização da diversidade e com a construção de outras narrativas no campo da comunicação.
Entre os destaques dos grupos temáticos está o Educom Indígena, iniciativa que trabalha com estudantes da Faculdade Indígena Intercultural (Faindi) e estudantes de jornalismo também da Unemat. O projeto realiza oficinas de educomunicação e produção midiática com jovens indígenas, fortalecendo o protagonismo das comunidades e promovendo a autonomia na produção de conteúdo sobre seus próprios contextos.
Outro trabalho é o Memória Sonora, projeto de extensão que capta paisagens sonoras em diferentes territórios e em Tangará da Serra, incluindo aldeias indígenas. A proposta é escutar e registrar os sons como forma de registrar memórias, histórias e modos de vida, criando um acervo sensível que rompe com o apagamento histórico dessas populações.
O bolsista do Memória Sonora, Rian Bispo, também destaca a importância do projeto em olhar para os povos originários ao registrar a memória de um município, “Brasil é terra indigena, e não é possível construir um registro histórico, uma memória, sem considerar esses espaços e essas comunidades. Muitos desses sons estão desaparecendo, seja pela passagem do tempo ou por impactos da mudança climática. E como grande parte da cultura indígena é transmitida pela oralidade, registrar essas sonoridades e compreender o ambiente sonoro das aldeias se torna ainda mais urgente”, ressaltou.
Caminhos que se cruzam
O registro feito por Guillerme, fruto desse encontro com os Haliti-Paresi, e os projetos de extensão feitos em conjunto com as comunidades indígenas de Tangará da Serra, revelam como a comunicação pode ser ferramenta de escuta, respeito e fortalecimento das lutas indígenas, que dialogam diretamente com a missão da OPAN, que há mais de cinco décadas atua junto a povos indígenas do Mato Grosso e do Amazonas em defesa de seus territórios, culturas e formas próprias de organização.
Com o reconhecimento no Intercom Centro-Oeste, os trabalhos seguem agora para a etapa nacional, levando sons e imagens dos territórios tradicionais do Centro-Oeste para outras regiões do país.
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