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Terça-Feira, 03 de Abril de 2018, 00h05

BBB 18

Kaysar: a verdadeira história do refugiado

VEJA

 

Kaysar Dadour estava se recuperando da quinta cirurgia na perna direita em um hospital de Odessa, no sul da Ucrânia, quando ouviu uma voz, sugerindo que ele procurasse os primos no Brasil. “Não foi simplesmente uma intuição. Parecia alguém falando muito alto mesmo”, contou ele aos amigos. Mudar-se para o Brasil era o fim de uma temporada de cinco anos de sofrimento naquele país. Seis meses antes, o ora participante do Big Brother Brasil 18 voltava do trabalho quando deu de cara com uma gangue nacionalista e foi espancado por carregar um crucifixo no pescoço. Acabou com a perna direita quebrada em quatro partes e o braço esquerdo, em três. Sem contar aos pais sobre a agressão, ligou para casa, em Alepo, na Síria, e pediu o contato de Abdo Abage, cônsul honorário da Síria do Brasil e primo da sua mãe, a dona de casa Diane.

Abdo enviou uma carta para a embaixada do Brasil na Ucrânia pedindo ajuda para liberá-lo. Um mês depois, em junho de 2014, Kaysar, finalmente, desembarcava no aeroporto de Curitiba.

Foi recebido por outro primo, Nassib Abage. Os dois não se viam fazia anos, mas lembravam de se encontrar em jantares de família. “Os pais dele eram muito alegres e, sempre que ia visitá-los, faziam questão de promover uma festa. Passávamos a noite dançando ao som de bandolins”, lembra o primo.

Sem saber direito dos costumes do parente distante, os irmãos Abage decidiram hospedá-lo num apart-hotel. Como o aluguel era caro, cerca de 15 000 reais por ano, dez meses depois decidiram que ele moraria na casa de Nassib.

Solteiro e sem filhos, o caçula dos irmãos Abage mora numa confortável casa de dois andares no centro de Curitiba. Reformou o último piso e construiu um apartamento de dois quartos com 100 metros quadrados para Kaysar, de 28 anos. Como sabe da paixão do primo por esportes, Nassib fez uma vaquinha entre os sete irmãos e montou uma academia para o hóspede em um dos quartos. Dono de uma rede de lojas de matérias elétricos com a família, Nassib também garantiu uma mesada de 1.800 reais por mês.

Fluente em árabe, inglês, francês, grego, russo e ucraniano, Kaysar aprendeu rápido o português. Em cinco meses, também já falava bem o idioma.

Para facilitar a sua adaptação no Brasil, adotou o nome de Cesar. Matriculou-se no curso de hotelaria do Centro Europeu na esperança de conseguir um emprego na área. “Ele era esforçado e vivia de bom humor. O que me chamou atenção nele é que era muito correto. Sabemos que o curso era caro e oferecemos uma bolsa de 50%. De vez em quando, conversávamos para saber se estava tudo bem e ele dizia que estava conseguindo pagar a mensalidade. Ele poderia pedir para aumentarmos o desconto, mas nunca fez isso”, diz José Ost, presidente-executivo da escola. 

Comentários (2)

  • Ju |  03/04/2018 22:10:50

    Na notícia está por ano..😉

  • Alex |  03/04/2018 17:05:05

    Desculpem mas essa notícia está um pouco distante da história verdadeira no que tange ao pagamento do Hotel de 15 mil reais dando intenção de que custa o absurdo de 15 mil ao mês, acho que nada mais justo do que colocar o certo R$ 1.250,00 ao mês!

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