Economia

Sexta-Feira, 16 de Maio de 2025, 19h30

OPERAÇÃO BARRIL VAZIO

Beto Louco do PCC usou fundo para controlar empresa em fraude milionária em MT

Empresas fraudavam o fisco com documentos falsos; rombo pode chegar a R$ 500 mil

BRENDA CLOSS

Da Redação

 

Réu em ação penal por integrar uma organização criminosa empresarial voltada à prática sistemática de fraudes fiscais e documentais, Roberto Augusto Leme da Silva utilizou o JNC Fundo de Investimento em Participações – Capital Semente para adquirir ações da empresa EGCEL/NEOVG, investigada por fraudes que lesaram o erário mato-grossense com potencial de chegar aos R$ 500 milhões por ano. ‘Beto Louco’ como é conhecido, ainda é investigado pelo Ministério Público por suspeitas de ligação com a facão criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). 

O esquema foi descoberto no âmbito da Operação Barril Vazio, deflagrada pela Delegacia de Crimes Fazendários (Defaz). Conforme a denúncia, o fundo emitiu notas promissórias “pró-soluto” para a aquisição das ações, mas não possuía recursos para quitar o valor de R$ 2,290 milhões. 

"Contudo, conforme relatório disponível no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), emitido em 14/10/2021 por auditores independentes (Next Auditores), o JNC Fundo de Investimento em Participações – Capital Semente não possuía recursos em caixa para quitar o valor de R$ 2.290.000,00 (dois milhões, duzentos e noventa mil reais)", aponta a denúncia. 

Investigações revelaram que Roberto Augusto era o principal controlador do fundo, utilizando-o para exercer controle sobre a NEOVG. Outro elemento de destaque no relatório é o e-mail com o assunto “Premissas da Negociação Beto”, que continha um anexo em formato Word detalhando as condições para sua entrada na empresa. Esse documento revelou que havia tratativas estratégicas que não foram formalizadas nos contratos registrados oficialmente, evidenciando um acordo paralelo que consolidava seu controle oculto sobre as operações da companhia. 

"Dentre os diversos registros, destacam-se comunicações que evidenciam sua participação direta em decisões estratégicas e operacionais da organização empresarial, consolidando seu papel de liderança na organização criminosa e sua responsabilidade pela estruturação e controle do grupo econômico denunciado", enfatiza a denúncia.

Tais premissas serviram de base para a elaboração de um “Contrato de Acordo de Investimento”, distinto daquele apresentado à Junta Comercial do Estado de Mato Grosso, reforçando que a entrada da JNC Fundo de Investimento - Capital Semente, na realidade, não representava uma operação legítima, mas sim uma estratégia para mascarar a estrutura fraudulenta da organização criminosa. “Em resumo, diversas diligências investigativas e a análise dos materiais apreendidos nas 1ª e 2ª fases da Operação Barril Vazio comprovaram que o capital social da NEOVG/EGCEL está lastreado em propriedades adquiridas com documentos falsificados e notas promissórias fictícias, criadas com o intuito de mascarar sua real situação financeira”, afirma o promotor Carlos Roberto Zarour Cesar.

Além disso, a investigação revela a relação entre a EGCEL/NEOVG e a Copape Produtos de Petróleo LTDA, apontando que as empresas atuavam de forma coordenada para fraudar o fisco. As empresas compartilhavam endereço, documentos e funcionários, evidenciando a ausência de autonomia empresarial real. Transferências financeiras atípicas entre as contas das empresas e negociações conjuntas de combustíveis demonstram a atuação em conjunto no esquema fraudulento.

Em 2024, a Copape e a Aster, formuladora e distribuidora de combustíveis respectivamente, entraram com pedido de recuperação judicial no Tribunal de Justiça de São Paulo, para tentar reverter a cassação de suas licenças de funcionamento pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) por diversas irregularidades na operação. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo. 

A reportagem revela ainda que “Beto Louco" é investigado pelo MP por suspeitas de ligação com o PCC. “Tais apelidos remetem a reportagens que indicam que o verdadeiro “mentor intelectual” da empresa Copape Produtos De Petróleo LTDA, investigada por fraudes no setor de combustíveis no Estado de São Paulo/SP, seria uma pessoa identificada como “Beto Louco”, que exerce função de liderança na organização criminosa”, aponta a denúncia. 

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Comentários (1)

  • Grosso |  16/05/2025 19:07:13

    Infelizmente no Brasil os bandidos já são maioria. País de ladrões

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