Economia

Domingo, 18 de Maio de 2025, 22h08

CRISE FABRICADA

Credor acusa grupo do agro de fraude em recuperação de R$ 229 milhões em MT

Soami alega ser vítima de golpe

DIEGO FREDERICI

Da Redação

 

A Real Securitizadora de Créditos acusa o Grupo Soami de fraudes contábeis em seu processo de recuperação judicial, onde acumula dívidas de R$ 229,1 milhões. A organização em crise, por sua vez, alega ter sido “vítima de um golpe”. 

Segundo informações de uma petição ingressada pela Real Securitizadora - credora no processo de recuperação do Grupo Soami, que deve R$ 8,7 milhões à organização -, há suspeita de fraude na negociação de um imóvel entre a empresa em crise com a Fidecorp Garantidora. Supostas fraudes contábeis também foram apontadas na petição da Real Securitizadora de Crédito contra o Grupo Soami, que se defende dizendo que foi a empresa que sofreu uma fraude.

“A documentação contábil apresentada pelas devedoras carece de confiabilidade, citando especialmente incongruências nos Demonstrativos de Resultado do Exercício (DRE) e alegando ocultação patrimonial deliberada, especialmente no que se refere à aquisição e posterior omissão de bens imóveis de elevado valor no exercício de 2023.  As devedoras, por sua vez, rechaçam as alegações, argumentando que os fatos narrados já foram objeto de análise nos autos originários  Afirmam que foram vítimas de fraude por parte da empresa Fidecorp”, diz trecho do processo.

O juiz da 1ª Vara Cível de Cuiabá, Marcio Aparecido Guedes, que delibera no processo de recuperação judicial do Grupo Soami, pediu em despacho no último dia 9 uma série de informações e documentos da empresa para analisar as acusações da Real Securitizadora. “Conforme apontado nos autos, a documentação inicialmente colacionada pelas devedoras apresenta contradições cronológicas relevantes, e a ausência de documentação essencial (como a certidão de óbito do alegado proprietário de bem transacionado) inviabiliza a plena fiscalização do juízo quanto à veracidade das informações financeiras prestadas”, asseverou o magistrado.

Entre os documentos exigidos pelo juiz, está a apresentação da certidão de óbito de Uirassu Cornélio de Alvarenga - suposto proprietário do imóvel negociado entre o Grupo Soami e a Real Securitizadora -, explicações sobre a cronologia do negócio, papeis que demonstrem transações de outros imóveis e de veículos, além de “esclarecimentos quanto à ausência de medidas judiciais de anulação de alguns contratos o que levanta dúvidas sobre a narrativa de golpe financeiro”. Após a apresentação de documentos, o juiz deve decidir sobre os pedidos da Real Securitizadora, que incluem uma auditoria independente, a comunicação dos fatos ao Ministério Público Federal (MPF), a nomeação de um watchdog - um profissional que irá acompanhar in loco a rotina contábil e financeira do grupo, não permitindo a venda de bens que não sejam autorizadas pelo Poder Judiciário -, e outras medidas.

No início de abril de 2025, o FOLHAMAX publicou uma matéria onde a empresa acusava o Grupo Soami de uma fraude de R$ 83,7 milhões na recuperação, além da organização já estar “falida” (insolvente) tendo em vista que, supostamente, possui apenas R$ 0,24 para cada R$ 1 de dívida. No processo de recuperação judicial, a organização em crise conta que iniciou suas atividades em 2021, possuindo filiais nos estados de São Paulo, Paraná e Goiás. Mesmo com faturamento de quase R$ 1 bilhão em 2023, o grupo acumulou R$ 229,1 milhões em dívidas.

Comentários (1)

  • ESTRANHO |  18/05/2025 23:11:26

    O MALAI MANSO RISORTE É EM ÃREA DE REFORMA AGRÃRIA OU NÃO??? TEVE UM TRAFICANTE QUE CONSTRUIU EM AÉREA DE REFORMA AGRÃRIA AQUI NO MANSO NÃO TEVE???? O GOVERNADO FEDERAL FISCALIZA???? O INCRA IBAMA ICMBIO????

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