Economia

Segunda-Feira, 09 de Junho de 2025, 07h37

CONSIGNADOS

Empresas faturam R$ 228 milhões de servidores de MT em 2 anos

Organizações são ligadas a Capital Consig

PABLO RODRIGO

A Gazeta

 

O governo do Estado repassou mais de R$ 228 milhões para as empresas Capital Consig, Cartos Sociedade de Crédito, BemCartões e ClickBank, que participam do mesmo grupo econômico empresarial em descontos em folha salarial dos servidores públicos e pensionistas do Estado de Mato Grosso. As empresas são investigadas por denúncias de fraude e descontos indevidos de consignados em mais de 12 mil servidores públicos do Estado.

O levantamento feito pelo jornal A Gazeta mostra que, em 2024, a Capital Consig faturou R$ 137.233 milhões com essa modalidade de empréstimos. Já de janeiro a maio deste ano, quando o Estado já havia recebido reclamações do Sindicato dos Profissionais da Área Instrumental do Governo (Sinpaig) sobre as possíveis irregularidades e fraudes, a empresa lucrou R$ 61.088 milhões, uma média de R$ 12 milhões por mês.

Já a ClickBank obteve R$ 18.574 milhões durante todo ano de 2024. Neste ano, antes de ter suas operações suspensas por decisão do governo após a denúncia dos sindicatos, a empresa conseguiu receber R$ 9.324 milhões que foram descontados dos salários de servidores e pensionistas do Estado.

A Cartos Sociedade de Crédito arrecadou R$ 1.479 milhão neste ano. A BemCartões foi a que menos lucrou, faturando R$ 169 mil em 2024 e R$ 157 mil de janeiro a maio deste ano.

O escândalo dos consignados veio à tona após o Sinpaig e mais entidades denunciarem as cobranças indevidas pela Capital Consig, e fez com que o governo suspendesse por 90 dias todos os descontos de consignados contratados pelos servidores com a empresa. O governo também decidiu criar uma forçatarefa para apurar o caso. Porém, os sindicatos voltaram a pedir a suspensão de mais empresas, após identificarem que Capital Consig continuava operando no estado, através da Cartos, Bem Cartões e ClickBank. A Seplag acatou o pedido do sindicato e também suspendeu as cobras das três.

Em um documento revelado na semana passada pela Gazeta, o coordenador de Controle e Fiscalização das Consignações, Natan Domingues da Silva Junior, e secretário-adjunto de Gestão de Pagamento de Pessoal, Geonir Paulo Schnorr, afirmam que sabiam desde novembro de 2023, das denúncias contra a Capital Consig.

OUTRO LADO

A empresa Capital Consig afirmou que está sob ataque para que seja substituída no atendimento de cessão de crédito consignado aos servidores do Estado de Mato Grosso. Segundo a empresa, desde o início da campanha de difamação, representantes da instituição têm buscado demonstrar a legalidade de suas operações de crédito consignado e seu compromisso com a transparência, ética e respeito ao servidor público.

A Capital ainda diz que os contratos firmados são auditáveis e contam com a anuência expressa dos contratantes, conforme prevê a legislação vigente. ‘Em Mato Grosso, milhares de servidores estavam presos a contratos rotativos de cartão de crédito, que permitiam apenas o pagamento mínimo mensal, perpetuando o endividamento. A Capital Consig, após chamamento público, apresentou solução ao problema, assumindo riscos que outros agentes do mercado não aceitaram’, afirmam seus representantes, diz.

A empresa diz ainda que consistiu na portabilidade e compra dessas dívidas, transformando-as em contratos com prazos definidos, parcelas fixas e encerramento contratual real. ‘Desenvolvido com base nas normas do Banco Central e nos decretos estaduais, o modelo viabilizou novo crédito com taxas menores que as dos grandes bancos e obteve ampla adesão dos servidores’.

Comentários (3)

  • JUSTICA |  09/06/2025 10:10:43

    QUERO MEU DINHEIRO DE VOLTA

  • alexandre |  09/06/2025 10:10:05

    QUEM DEU MEU TELEFONE PRA CAPITAL CONSIG, sem minha autorização ?

  • Contribuinte |  09/06/2025 08:08:07

    Quantos o Estado de Mato Grosso faturou? MT tem parte nos lucro$$$

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