Economia

Quarta-Feira, 13 de Maio de 2015, 10h16

IMPÉRIO DA PRODUÇÃO

Eraí investe para ser "rei do peixe" no mundo

Diário de Cuiabá

 

Filho e genro de produtores de grãos estão entre os que lideram a produção de peixes no Estado. Grandes propriedades e grupos que há até poucos anos tinham os olhos voltados para a soja, milho, gado e sementes, estão investindo pesado na piscicultura para produzir espécies nativas de água doce. É o caso do grupo Bom Futuro, da família Maggi Scheffer, dono de 100 fazendas em Mato Grosso. Nesse novo ramo quem está à frente dos negócios é o genro de Eraí Maggi, Jules Ignácio Bortoli. 

Em duas fazendas, nos municípios de Campo Verde e Canarana (130 e 830 quilômetros de Cuiabá, respectivamente) os Maggi Scheffer produzem 2 mil toneladas de peixe por ano em dezenas de tanques que somam 250 hectares de lâmina d’água. Entre as espécies cultivadas estão tambaqui, pintado, piau, tambatinga, matrinxã e peraputanga. Em tanques escavados ou tanques redes, a área de produção vem crescendo a cada ano. Em 2013, produzia 1,4 mil toneladas/ano em uma área de 150 hectares. 

Mato Grosso não é o mercado consumidor desses peixes: quase 100% são comercializados em Goiânia, capital do estado de Goiás, e em Brasília, o centro político do país. O grupo Bom Futuro explora a aquicultura há mais tempo, quase 10 anos, mas tem muita gente grande ingressando e fazendo sucesso nessa cultura. Quem enveredou com força recentemente foi o prefeito de Sorriso, Dilceu Rossato, por intermédio do filho Luiz Eduardo Rossato, de 25 anos. 

Com investimento inicial de R$ 1 milhão em uma área de 10 hectares de água, se surpreenderam com a lucratividade, “Nos assustamos com o lucro, mais foi susto bom”, declarou Eduardo, revelando em seguida que na primeira safra o lucro chegou a R$ 600 mil. Durante o Seminário de Piscicultura que aconteceu em Sorriso (420 km de Cuiabá), sob a coordenação do Sebrae-MT, Eduardo relatou sua experiência na produção de peixes. 

De acordo com ele, dos 250 mil alevinos de pintado da Amazônia que depositaram nos tanques e lagos de uma das fazendas, despescaram 180 mil com um peso médio de 2,2 quilos (cada) ao final de 12 meses. O mercado consumidor do peixe dele, a exemplo da produção do grupo Bom Futuro, não é Mato Grosso, mas São Paulo e Goiás. Ele diz que começou vendendo o quilo a R$ 7 na porta da propriedade, agora o preço está estável em R$ 6,2 o quilo. 

O jovem piscicultor compartilhou outra informação interessante àqueles que dispõem de água em suas propriedades: está produzindo pescado com a água que antes servia exclusivamente para a irrigação de outras culturas. 

Rossato disse que problemas de logística para fazer o pescado chegar aos grandes centros e a falta de armazéns frigoríficos podem frear a produção de pescado na região. “Começa a faltar lugar para estocar o peixe”, reclamou.

GASPAR

Com mais tempo no mercado, operando desde 1995, o grupo Gaspar ainda é o maior produtor individual de pescado em viveiros do estado. Proprietário da rede Delicious Fish, mantém em Sorriso um laboratório de reprodução de peixe e fazendas que totalizam 400 hectares de produção, divididos em cerca de 400 tanques. Além disso, um frigorífico em fase de conclusão. 

A produção anual está estimada em quatro mil toneladas, sendo 50% dos chamados peixes redondos, que incluem tambaqui, tambatinga e tambacu, os outros 50% concentrados em uma espécie mais nobre, o pintado da Amazônia. De acordo com João Pedro da Silva, diretor-presidente, 80% do que produzem são comercializados in natura dentro de Mato Grosso. Entretanto, essa realidade deve mudar em breve com a inauguração do frigorífico, prevista para o próximo mês. 

Com capacidade para abater 40 toneladas de pescado por turno de 8 horas, inicialmente operará com apenas 50%, abatendo 20 mil toneladas/dia. Até 2011, o frigorífico do grupo estava sediado em Cuiabá, de onde teve que sair por problemas ambientais. João Pedro explicou que o grupo não dispunha de área suficiente para atender às exigências da legislação ambiental. 

Na construção do novo frigorífico foram investidos R$ 30 milhões. Além de gerar 100 empregos diretos, o novo empreendimento do grupo Delicious Fish deve estimular a produção de pescado na região adquirindo e industrializando o pescado de outros piscicultores. 

Comentários (7)

  • Fábio Gomes |  30/06/2023 10:10:58

    Agora vcs estão entendendo o pq da ânsia de aprovar o projeto cota zero?! Nunca foi para proteção do peixe e muito menos pensando no ribeirinhos !! Aguardem os próximos capítulos, PCHs.

  • Priscila |  29/06/2023 18:06:23

    Queria entender qual elo da notícia com Dilma. Jogada deste jornal para não dizer que o União Brasil e todos os empresários ricos, inclusive o governador, estão por trás de tudo isso

  • Dejah |  29/06/2023 12:12:50

    E para abrir o mercado para os barões do peixe, vem a casa dos horrores com a lei proibindo a pesca em MT.

  • BESOURO |  13/05/2015 15:03:42

    Como Patricia? quem é o quê?

  • ALCMIRO |  13/05/2015 15:03:11

    PARABÉNS AOS PRODUTORES DE MT, PQ A FOTO DA DILMA, AO QUE SEI ERAà QUER DISTÂNCIA DELA.

  • Patricia |  13/05/2015 11:11:41

    Para esclarecimentos, Jules Ignácio Bortoli e genro do Zeca Bortoli, cunhado do Eraí e um dos sócios da Bom Futuro.

  • jose roberto |  13/05/2015 10:10:29

    parabéns aos empreendedores do mato grosso!

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