Economia

Quarta-Feira, 30 de Outubro de 2024, 14h21

BILANZ

Ex-presidente da Unimed vê "prisão exagerada"; AL exonera alvo da PF

Eroaldo estava atuando no Legislativo com salário de R$ 13 mil

LEONARDO HEITOR

Da Redação

 

O advogado Marlon Latorraca, que representa o ex-presidente da Unimed Cuiabá, Rubens Carlos de Oliveira Júnior e a ex-diretora da cooperativa, Suzana Palma, disse que a decisão do juiz Jefferson Schneider, da Quinta Vara Federal de Cuiabá, seria exagerada. A dupla foi alvo de mandados de prisão durante a Operação Bilanz, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (30).

O Ministério Público Federal em Mato Grosso (MPF), em parceria com a Polícia Federal, deflagraram a operação no início desta manhã. A ação tem como foco esclarecer possíveis irregularidades envolvendo a Unimed Cuiabá, durante a gestão do quadriênio 2019-2023.

Neste período, a cooperativa foi presidida pelo médico Rubens Carlos de Oliveira Júnior. Mandados foram cumpridos no condomínio Florais Itália e também no edifício Forrest Hil. A investigação identificou indícios de práticas ilícitas relacionadas à gestão financeira e administrativa da entidade, incluindo a apresentação de documentos com graves irregularidades contábeis à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que ocultaram um déficit de cerca de R$ 400 milhões no balanço patrimonial da entidade em 2022.

Estão sendo apurados os crimes de falsidade ideológica, estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Como parte das medidas investigativas, o MPF requereu o cumprimento de mandados de busca e apreensão, afastamento de sigilos telemático, financeiro e fiscal, além do sequestro de bens dos investigados.

A Justiça Federal autorizou as medidas solicitadas e, ainda, decretou a prisão temporária de seis investigados, todos ex-administradores e prepostos da entidade. Para o advogado, a medida foi exagerada.

“Fomos surpreendidos com um telefonema do Dr. Rubens e da Dra. Suzana, nos comunicando de uma prisão provisória deferida contra eles. Isso nos causou estranheza, porque eles estão em Cuiabá, têm residência fixa, nunca ameaçaram testemunhas, nem atrapalharam o processo, que corre em segredo de Justiça. A prisão é medida extrema e só deve ser concedida caso existisse algum destes elementos. Acredito que o Jefferson Schneider exagerou em prender pessoas que ainda estão buscando sua defesa”, afirmou. O advogado destacou ainda que tanto o ex-presidente, como a ex-diretora, presos na operação, questionam o suposto rombo e que sequer teve acesso aos autos.

No entanto, Marlon Latorraca disse estar confiante de que conseguirá reverter a prisão temporária de cinco dias da dupla no Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1). “Tudo isso gira em torno de um suposto déficit de R$ 400 milhões na Unimed Cuiabá. O Dr. Rubens e a Dra. Suzana, a todo tempo, têm pedido uma perícia judicial para definir se houve ou não este rombo e, no meio deste caminho, veio essa prisão, que temos certeza que vamos conseguir derrubar no TRF, em Brasília. Ainda não tivemos acesso aos autos. Nós já sabemos que é uma guerra política e não houve sequer direito a contraditório e a ampla defesa”, declarou ao site VG Notícias.

EXONERAÇÃO

Alvo da operação, o ex-diretor-executivo da Unimed Cuiabá, Eroaldo de Oliveira, que desde agosto estava nomeado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), foi exonerado do cargo. Ele estava lotado no Bloco Parlamentar Avante Mato Grosso, tendo sido admitido no dia 2 de agosto deste ano, com salário de R$ 13.234,30 para uma carga horária de 40 horas semanais.

NOTA À IMPRENSA

A Unimed Cuiabá informa que, nesta quarta-feira (30), o Ministério Público Federal e Polícia Federal deflagraram a Operação Bilanz, destinada a investigar fraudes contábeis e fiscais e outros delitos que teriam sido cometidos por ex-gestores e ex-funcionários da Cooperativa.

Em 31 de julho de 2023 a cooperativa apresentou ao MPF uma notícia-crime acompanhada de provas robustas das irregularidades cometidas no balanço contábil de 2022. Foi iniciada a investigação e, desde o início, a Unimed Cuiabá adotou postura colaborativa com as autoridades, enviando informações e documentos que foram imprescindíveis para a atuação do Ministério Público Federal e da Polícia Federal.

Dentre as informações enviadas pela Unimed Cuiabá estava o balanço contábil revisado da Cooperativa, que apresentava fraude fiscal de mais de R$ 400 milhões, e que foi devidamente auditado durante as investigações por peritos da Procuradoria Geral da República.

Com o compromisso de transparência e integridade, a Unimed Cuiabá formalizou um Acordo de Leniência com o Ministério Público Federal, reforçando seu empenho em corrigir irregularidades e fortalecer as práticas de governança e conformidade.

O  Acordo de Leniência, que foi devidamente homologado pela 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF , além de cooperar com informações cruciais para que o MPF e a PF  dessem andamento às investigações.

A Unimed Cuiabá reafirma seu compromisso com a ética e a excelência na prestação de serviços de saúde à comunidade mato-grossense, reiterando que o atendimento em nossa rede prestadora permanece integralmente disponível, sem impacto para nossos clientes, cooperados e prestadores de serviços.

Diretoria Executiva E Conselho de Administração 

Unimed Cuiabá – Cooperativa de Trabalho Médico

dolar-bilanz.jpg

dolar-bilanz2.jpg

operacao bilanz, pf unimed

operacao bilanz, pf unimed

bilanz-PFUnimed

bilanz-PFUnimed

bilanz-PFUnimed

Comentários (11)

  • Cristiane Aquino |  30/10/2024 18:06:37

    AGORA QUE FIQUE EM ALERTA A GAECO A PF E OS COOPERADOS COM A NOVA GESTÃO, DE OLHO BEM ABERTOS ?..

  • aquiles |  30/10/2024 16:04:33

    exagerado de que ? tudo bandido de colarinho, uns ai pagava de honesto kkkk e julgava os outros olha ai envolvido e acha só 400 milhões pouco, esse cara nomeaod ai na ALMT KKKKK vive de emprego assim daqui a pouco tá dando pulo lá na ALMT

  • Detetive da AL |  30/10/2024 16:04:06

    Deputados que fazem parte do Bloco Parlamentar responsável pela nomeação de Eroaldo de Oliveira (o da foto) na ALMT: Nininho (PSD), Sebastião Rezende (União Brasil), Beto Dois a Um (PSB) e Carlos Avallone (PSDB).

  • eleitor atento |  30/10/2024 15:03:47

    Exagero é o reajuste do plano de pessoas idosas em 92%...e a justiça ainda diz que o caso é complexo.

  • João bicudo |  30/10/2024 15:03:39

    O crime compensa Amanhã estarão todos em casa Os figurões desfilando com sua porche B M W, Ferrari, e as patricinhas com suas bolsas Chanel, felizes da vida, perdeu mane

  • Naldo Rosa |  30/10/2024 15:03:35

    exagerado foi o rombo que eles deixaram na unimed para os outros medicos pagarem... tem que ser preso preventivamente...

  • INDIGNADO |  30/10/2024 15:03:12

    Porque será que todo vagabundo corrupto consegue um cargo fácil em qualquer repartição pública? Tanta gente honesta e qualificada a procura de um bom emprego, e na maioria das vezes quando consegue, é pra ganhar uma migalha de salário. Brasil é um dos países mais injusto, desigual e corrupto que existe!

  • Alencar  |  30/10/2024 14:02:38

    Exagerada???? 400 MILHÕES, deveria ter vergonha.

  • Cuiabano |  30/10/2024 14:02:36

    Exagero é o valor que pago de Unimed para "ganhar" um serviço de péssima qualidade.... e o outro já tava mamando na Assembleia, é mole?

  • Pedro |  30/10/2024 14:02:36

    É brincadeira esse cara nomeado na Assembleia, depois de tudo que ele fez na Unimed. Tem que dar nome aos bois, no caso o boi que nomeou ele na ALMT. Quem foi?

  • Márcio Souza de Oliveira  |  30/10/2024 14:02:31

    Exagerada pra quem deu um rombo de 400 milhões vc tem que voltar a estudar sem contar que usuário da Unimed como eu está pagando o preço desse rombo médicos saído da Unimed laboratório não atendendo consulta vc marca dependendo da especialidade tem que ser 60 dias esperando e vc acha exagero do juíz vai se lascar meu nobre

Confira também: Veja Todas