Economia

Terça-Feira, 21 de Março de 2023, 15h44

R$ 54 MILHÕES

Fim de arrendamento de fazenda faz grupo entrar em recuperação em MT

Grupo Braki atua há três décadas no Araguaia

Da Redação

 

O juiz Renan Carlos Leão Pereira do Nascimento, da 4ª Vara Cível de Rondonópolis deferiu o pedido de recuperação judicial do Grupo Braki, com passivo de aproximadamente R$ 54 milhões. Com atuação no município de Vila Rica há quase três décadas, o grupo de propriedade do casal Lenira e Isaías Momo é um aglomerado de empresas que atuam no ramo da agropecuária, nutrição animal e transportes. 

O magistrado pontua que o pedido de recuperação judicial preenche os requisitos legais, de acordo com documentação exigida pela Lei de Recuperação Judicial. “Por todo o exposto, emergem fortes indícios acerca do efetivo comprometimento dos requerentes e do interesse dos mesmos na preservação da integridade de seus negócios”, diz trecho da decisão. 

“Não é demais destacar que a recuperação judicial é instrumento legal destinado à superação da crise econômica da atividade empresarial sustentável, norteada pelo princípio maioral da preservação da  empresa economicamente viável, onde o valor primordial a que se deve dar guarida é o interesse da ordem econômica geral, sobreposto aos interesses particulares do próprio empresário ou de seus credores”, completou o juiz. No argumentos da recuperação, o grupo alega o custo de produção ficou inviável para realização das atividades das empresas, criando um ambiente de endividamento.  

“Além dos fatores climáticos, que afetaram diretamente a produção e a qualidade dos produtos, a alta dos insumos e a taxa de juros contribuíram para o agravamento da crise e afetaram a capacidade de pagamento da empresa. Neste cenário, a recuperação judicial é o melhor caminho para preservarmos os negócios e os empregos gerados pelo Grupo Bakri, além de possibilitar a quitação de seus débitos com seus credores”, afirmou. 

O casal Isaías e Lenira Momo abriu sua primeira loja em 1996. Anos depois, com o conhecimento adquirido, decidiram se tornar produtores e arrendaram suas primeiras terras, a “3 Corações” com cerca  de 200 hectares, no município de Vila Rica, e a fazenda Tubiatã, em Confresa, com cerca de 600 hectares.  

Em 2006, seguindo os demais produtores da região, decidiram encerrar, momentaneamente, as atividades de lavoura e entregar a área arrendada. Já em 2014, a Casa do Produtor se transformou na empresa atualmente conhecida como Braki Nutrição Animal, cuja atividade é a produção de ração animal para atendimento da região do Vale do Araguaia e Sul do Pará.  

A crise começou a se agravar em 2020, quando o Grupo foi surpreendido pela notícia de que o arrendante da Fazenda Portal da Amazônia, não possuía direitos sobre a terra, e foram obrigados abandonar 600 hectares de terra com o cultivo de milho, o que gerou prejuízo de aproximadamente R$ 6 milhões na época. O início da pandemia, que diminuiu drasticamente a movimentação das empresas, a alta dos insumos para produção e a alta taxa de juros contribuíram para o agravamento da crise econômico-financeira do Grupo Braki, levando ao pedido de recuperação judicial. 

Comentários (1)

  • Luciano Lobo  |  23/03/2023 06:06:19

    Recuperação Judicial de produtor rural, virou festa. Não se leva em consideração, os créditos investidos no produtor, fazendo com que o "prejuízo" seja distribuído aos credores.

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