Segunda-Feira, 10 de Março de 2025, 10h12
CONFINAMENTO
Grupo do agro entra em recuperação com dívidas de R$ 180 milhões em MT
Grupo alega que estava dificuldades antes da pandemia
Da Redação
A Justiça de Mato Grosso deferiu o pedido de recuperação judicial apresentado pelo Grupo LFPEC. A decisão foi proferida nesta sexta-feira (7), pelo juiz Márcio Aparecido Guedes, da 1ª Vara Cível de Cuiabá. Com mais de 24 anos de atuação no setor agropecuário, o conglomerado é formado por dois empresários e oito empresas. Com operações em municípios de pelo menos quatro estados, o grupo figura entre os principais fornecedores de proteína animal do Brasil e acumula dívidas da ordem de R$ 180 milhões.
Antes de recorrer ao pedido judicial, o Grupo LFPEC trabalhou por dois anos para evitar a recuperação judicial, buscando alternativas para reestruturar suas finanças. No entanto, a crise enfrentada pelo agronegócio brasileiro desde 2022 tornou o pedido inevitável.
Nesse período, o grupo obteve, por duas vezes, decisões judiciais favoráveis para a suspensão de ações de execução e cobrança movidas por credores. Esse mecanismo, conhecido como stay period, permitiu ao conglomerado negociar suas dívidas e evitar medidas expropriatórias que poderiam comprometer a continuidade das atividades. Contudo, as tratativas não avançaram, principalmente devido à resistência de credores vinculados ao sistema financeiro, que não aceitaram os termos propostos para a renegociação.
O Grupo LFPEC é liderado pelo empresário Francisco Camacho e sua esposa, englobando as seguintes empresas: LF Indústria e Comércio, LFPEC Mato Grosso, LF Pecuária Bahia, LF Pecuária Pará, LF Logística, LF AgroHolding e LF Administração e Participação. Atualmente, o grupo administra mais de 15 mil hectares de terras destinadas ao plantio e à pastagem, distribuídas entre propriedades próprias e áreas arrendadas. Além disso, gera mais de 150 empregos diretos.
O conglomerado registrou um crescimento expressivo na última década, com destaque para o período entre 2018 e 2021. Durante esses anos, visando a sustentabilidade de suas atividades rurais, o grupo realizou investimentos significativos, que coincidiram com o impacto da pandemia de Covid-19, agravando os desafios econômicos e operacionais enfrentados.
De acordo com o advogado Marco Aurélio Mestre Medeiros, responsável pelo pedido de recuperação judicial, o grupo já vinha enfrentando dificuldades antes mesmo da pandemia. “Somente em 2017, a pecuária no estado de Mato Grosso registrou uma desvalorização de 12,3% em comparação com o ano anterior”, destacou.
Além dos efeitos da pandemia, a guerra entre Rússia e Ucrânia, que provocou aumento nos preços dos insumos, e crises relacionadas a casos atípicos de "vaca louca" intensificaram a volatilidade do mercado, impactando ainda mais o desempenho do grupo. “Enquanto os preços dos grãos e do gado sofreram quedas acentuadas, a elevação das taxas de juros tornou inviável o pagamento dos financiamentos contratados, comprometendo a continuidade das atividades em razão dos elevados encargos financeiros”, explicou Medeiros.
Na decisão, Guedes nomeou como administrador judicial a empresa In Lege Administração Judicial. Antes de deferir o pedido de recuperação, o magistrado nomeou um profissional que emitiu um laudo após constatar que as empresas seguem funcionando normalmente e que os bens listados pelo grupo são essenciais para a continuidade das atividades. “Nesse sentido, incluem-se, por exemplo, máquinas e equipamentos indispensáveis à produção, instalações essenciais, veículos fundamentais para operações logísticas, entre outros bens diretamente relacionados ao funcionamento regular do negócio”.
Com o deferimento da recuperação judicial, o Grupo LFPEC terá a oportunidade de reestruturar suas finanças, preservar empregos e honrar o pagamento de suas obrigações com credores, superando, assim, a atual crise financeira.
Bruno | 10/03/2025 14:02:26
Não sei se é o caso. Mas virou uma farra essas recuperações no campo. O pessoal pega financiamento a juros subsidiado do plano safra, dá o tombo no banco e nos fornecedores, some com o dinheiro e depois pede RJ.
Cuiabano | 10/03/2025 11:11:37
Do jeito que estava sendo roubada por alguns GERENTES/DIRETORES que já foram demitidos tarde demais, não é de se estranhar essa dÃvida toda.
Felipe | 10/03/2025 10:10:47
Essa lei de Falência é uma mãe para os caloteiros.
Moraes | 10/03/2025 10:10:28
Bom, o que posso dizer? O meu mais sincero e desrespeitoso foda-se !
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