Economia

Quinta-Feira, 26 de Junho de 2025, 23h55

PICANHA

Justiça libera R$ 2,5 milhões para frigorífico incendiado em MT

Valor se refere a seguro de organização em recuperação

DIEGO FREDERICI

Da Redação

 

O juiz da 1ª Vara Cível de Cuiabá, Marcio Aparecido Guedes, liberou R$ 2,5 milhões ao Frigorífico Redentor, que sofreu um incêndio em sua planta industrial localizada em Guarantã do Norte (750 Km da Capital) no início de novembro de 2024. Em processo de recuperação judicial acumulando dívidas de R$ 256 milhões, o Frigorífico Redentor precisa de autorização judicial para liberação do seguro (R$ 2,5 milhões) que encontra-se depositado no processo.

“Trata-se de pedido formulado nos autos da recuperação judicial do Grupo Redenção, especificamente pela sociedade empresária Frigorífico Redentor S/A, visando à liberação do valor de R$ 2.585.485,00, correspondente à indenização securitária depositada nos autos pela empresa Porto Seguro Cia. De Seguros Gerais, em virtude de sinistro de incêndio ocorrido em 01/11/2024 nas dependências da unidade produtiva da devedora”, diz trecho do processo.

Em decisão publicada no último dia 18 de junho, o juiz Marcio Aparecido Guedes atendeu ao pedido do frigorífico explicando que o valor de R$ 2,5 milhões não está vinculado ao pagamento de credores. A organização alega que, no total, teve um prejuízo de R$ 4,5 milhões nos danos causados pelo incêndio.

“O valor cuja liberação ora se pleiteia não integra o ativo livre da empresa, tampouco se sujeita à sistemática de rateio concursal, haja vista tratar-se de verba securitária com destinação específica vinculada à recomposição patrimonial do bem sinistrado vigente”, analisou o juiz.

Marcio Aparecido Guedes determinou ainda que, após 30 dias, o Frigorífico Redentor deverá apresentar um relatório detalhado da aplicação dos recursos, com notas fiscais e documentação contábil, com o objetivo de “assegurar a destinação vinculada da verba”.

Também conhecido como "Grupo Bihl", a organização abrange curtumes e frigoríficos em Mato Grosso, além de contar com pelo menos uma pequena central hidrelétrica (PCH). O empreendimento já passou por outro processo de recuperação judicial no ano de 2009, acumulando na época dívidas de R$ 106 milhões. Atualmente, os débitos com os credores são de cerca de R$ 256 milhões.

No mês de setembro de 2023, o Ministério Público do Estado (MPMT) pediu a instauração de um incidente para apurar supostas fraudes no processo de recuperação judicial.

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