No quarto dia do Fórum dos Setores Produtivos, evento que ocorre dentro da 57ª Feira Industrial, Comercial e Agropecuária de Mato Grosso (Expoagro), os temas centrais para o desenvolvimento do agronegócio foram debatidos com destaque para a representatividade política do agro, o cooperativismo em expansão e a sustentabilidade no campo. Já nesta sexta-feira (18.07), último dia do Fórum o tema principal é “Vitrine: acessar recursos financeiros.

O evento contou, na tarde de ontem, com a participação de especialistas e líderes do setor que comparou dados, experiências e iniciativas de sucesso. Xisto Bueno, representante do Fórum Agro, explicou o funcionamento da entidade que atua como observadora e técnica no acompanhamento de projetos de lei ligados ao setor agropecuário. Ele destacou o papel estratégico do fórum na análise de propostas legislativas e no diálogo com parlamentares, além da criação do sistema RADAR para classificação da relevância dos projetos. O objetivo, segundo ele, é garantir que as pautas de interesse do agro avancem com respaldo técnico e diálogo entre as entidades representativas.

Na sequência, Sâmyla Cristina Alves de Sousa, da OCB/MT, trouxe dados sobre o cooperativismo em Mato Grosso, revelando que o estado já contabiliza 1,45 milhão de cooperados, com um crescimento médio de 26% ao ano desde 2019. Ela destacou que um em cada três mato-grossenses está ligado diretamente ao cooperativismo e que 56% da força de trabalho das cooperativas é composta por mulheres. A presença expressiva de pequenos produtores nas cooperativas reforça o papel social e econômico dessas organizações, que promovem inclusão e desenvolvimento local.

Jully Anne Carvalho de Arruda e Bruna Assis Paim dos Santos, da Águas Cuiabá, abordaram os avanços do uso do biolodo como fertilizante agrícola. Eles relataram casos de sucesso com aumento significativo na produção láctea após aplicação do biossólido, que é rico em nutrientes e melhora a qualidade do solo. Além dos benefícios econômicos, o biolodo contribui para práticas mais sustentáveis no campo e é cada vez mais aceito pelos produtores após ações de esclarecimento e incentivo ao uso responsável do material.

Encerrando o fórum, Paulo Dantas, presidente da AgroDan, emocionou o público ao compartilhar sua trajetória na fruticultura no Nordeste brasileiro. Ele ressaltou a importância da produção com propósito, valorizando práticas trabalhistas justas, como a inexistência de passivos trabalhistas e a divisão de lucros com os colaboradores, que recebem até 15 funcionários ao ano. Atualmente, a AgroDan exporta 97% de sua produção e Dantas destacou o desejo de ampliar o consumo de frutas no mercado interno, ressaltando o baixo consumo médio de manga pelo brasileiro.