Economia

Segunda-Feira, 06 de Novembro de 2023, 23h32

HIDRELÉTRICA

TJ "livra" presidente da França de ação por crime ambiental em MT

Usina em Sinop tem sido palco de atrocidades ao meio ambiente

DIEGO FREDERICI

Da Redação

 

O presidente da França, Emmanuel Macron (Renaissance), não precisará responder a uma intimação do Poder Judiciário de Mato Grosso sobre uma suposta falta de políticas contra queimadas da Companhia Energética de Sinop (501 Km de Cuiabá). O Governo Francês é acionista da geradora de energia, que possui personalidade jurídica distinta de sua controladora.

A decisão é da Primeira Câmara de Direito Público e Coletivo do Tribunal de Justiça (TJMT), que seguiu por unanimidade o voto do desembargador Márcio Vidal, relator de um recurso da geradora de energia contra a ordem judicial de primeira instância que determinou a intimação. A sessão de julgamento que pode ter evitado uma “crise diplomática” ocorreu em 16 de outubro de 2023.

O processo revela que a Companhia Energética de Sinop foi condenada na primeira instância a capacitar ao menos três brigadas de combate a incêndio, adquirir maquinários, construir aceiros ao redor das áreas de preservação permanente (APP) e outras medidas. Entre essas outras medidas estava a intimação ao Governo da França, por meio do presidente Emmanuel Macron, para explicar as supostas irregularidades ambientais.

O processo foi movido pelo Instituto Ecótono. Na análise do desembargador, porém, a decisão de primeira instância não levou em conta documentos apresentados pelo empreendimento energético.

Márcio Vidal também lembrou que a Companhia Energética de Sinop possui personalidade jurídica distinta de sua controladora, que tem como sócio o Governo Francês, assim, a empresa é legítima para responder ao processo. “Ressai dos autos originários, a existência de termo de cooperação técnica entre a Companhia Energética de Sinop S.A. e o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso. A expedição de carta rogatória determinada pelo juízo primevo, conforme consignado anteriormente, em nada contribuirá para o deslinde da causa, eis que nada há que se exigir do representante daquele País, em termos de manifestação, notadamente técnica (impacto ambiental do empreendimento)”, analisou.

A decisão ainda cabe recurso. Apesar da tentativa de serem alçadas a “players” na geopolítica mundial, nem a “Capital do Nortão”, como também é conhecida Sinop, ou sua vizinha, Sorriso (420 Km de Cuiabá), que tem a alcunha de “Capital do Agronegócio”, possuem embaixadas francesas.

NOTA DA SINOP ENERGIA

“Diferente do que informa a matéria “TJ livra presidente da França de ação por crime em MT”, a Sinop Energia repudia a afirmação de que a Usina em Sinop tem sido palco de atrocidades ao meio ambiente. A 1ª Câmara de Direito Público e Coletivo do Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJMT) rejeitou a alegação de negligência na ação civil pública movida por Organizações Não Governamentais contra a Usina Hidrelétrica (UHE) Sinop. Segundo a decisão, a Sinop Energia, responsável por administrar o empreendimento, apresentou provas que adotou medidas para combater os incêndios florestais na região da UHE Sinop. Além disso, os desembargadores reforçaram que o empreendimento possui todas as licenças ambientais necessárias para o funcionamento e, consequentemente, cumpre com as exigências ambientais dos órgãos fiscalizadores. 

A Sinop Energia esclarece que possui um plano de contingência de incêndios florestais elaborado por especialistas, onde estão previstas diversas medidas de controle e monitoramento de focos de incêndio, entre elas: monitoramento por engenheiros florestais da Sinop Energia, com auxílio da ferramenta do INPE e de satélite, bem como elaboração de relatórios gerenciais diários; brigada de incêndio devidamente treinada para atuar em caso de ocorrência; realização de inspeções no entorno do reservatório via terrestre, pelo lago ou com uso de drone para detectar focos; programa de comunicação para população vizinha ao reservatório com informações de conscientização sobre riscos de incêndio e divulgação de canal de comunicação para com a companhia para denúncias, entre outras atividades. 

A empresa reafirma seu compromisso com as melhores práticas e com a preservação do meio ambiente”.

Comentários (2)

  • Léo |  07/11/2023 09:09:44

    Cortar o curso normal do rio causa impactos ambientais praticamente irreversíveis, isso já está comprovado, mas ainda tem muitos gananciosos e avarentos que insistem em querer construir dezenas de PCHs em torno da bacia pantaneira. Será que estão pensando no bem estar da população ou apenas em seus próprios umbigos?

  • César  |  07/11/2023 08:08:32

    E na mídia o tal Macron "metia o pau" no Brasil e Bolsonaro alegando destruição do meio ambiente, E o teto de de vidro.

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