Economia

Segunda-Feira, 19 de Agosto de 2024, 17h58

PISCICULTURA

Viabilidade da produção de peixe panga em MT será debatida

Da Redação

 

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) instalou nesta segunda-feira (19), a Câmara Setorial Temática (CST) Projeto Panga. O objetivo da CST, requerida pelo deputado Gilberto Cattani (PL), é discutir a viabilidade da produção dessa espécie de peixe e tornar a piscicultura um ponto-chave na industrialização do estado de Mato Grosso.

“O peixe panga é comercializado no nosso estado, as pessoas às vezes nem sabem que estão consumindo esse peixe. Ele é tem um percentual de filé muito mais rentável, além de saboroso. O panga tem pouca necessidade de oxigênio, respira dentro e fora d'água e tem traz muito mais lucratividade ao produtor rural”, explicou Cattani, que presidiu a instalação da CST.

De acordo com o parlamentar, em 2022 foi publicada a Lei 11.930, que autorizou o cultivo do peixe panga em Mato Grosso. Porém, o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) entrou com Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) alegando que a lei extrapola a competência legislativa suplementar dos estados.

“Nós tínhamos uma lei, de minha autoria, mas, infelizmente, o Ministério Público entrou com uma ADI, e derrubou a nossa lei. Vamos lutar para que o órgão entenda que a necessidade desse peixe e a segurança que ele traz, é tanto na segurança alimentar, quanto na questão de produtividade. Não existe nenhum risco para o meio ambiente, nem nada do gênero”, justificou Cattani.

De acordo com presidente da Associação dos Aquicultores do Estado de Mato Grosso (Aquamat), Derci Carlos Fornari, a entidade representa mais de 6 mil produtores, sendo que a maioria deles, mais de 80% são pequenos produtores e que grande parte está com suas produções de alevinos desativadas. 

“Nós já temos a tilápia, que foi regulamentada no estado, e agora queremos a regulamentação do panga. O mercado dessa espécie já existe aqui no Brasil e, além disso, o panga é uma commodity hoje, vendido em mais de 100 países. O mundo inteiro consome esse filé. Temos mais de 8 mil tanques de peixes catalogados no estado, que estão escavados e prontos para ser produzidos", disse Fornari.

Durante a reunião, ficou definido que o presidente da CST Projeto Panga será o piscicultor Darci Carlos Fornali, a relatoria ficará sob responsabilidade da procuradora da ALMT, Franciele Brustolim. A CST ainda contará como membros representantes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Federação Mato-grossense da Agricultura (Famato), Fórum Agro, Embrapa, e Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

A Câmara Setorial Temática Projeto Panga vai trabalhar por um período de 180 (cento e oitenta) dias, com possibilidade de prorrogação por igual período.

Peixe Panga - Oriundo do continente asiático, mais especificamente do Vietnã, é considerado no Brasil como espécie exótica. Chegou no país há cerca de 10 anos e se adaptou perfeitamente ao clima local, principalmente ao dos estados das regiões Norte e Nordeste. Peixe rústico e de fácil cultivo, tem respiração dupla e pelo fato de não ter escamas e apenas a espinha dorsal, o aproveitamento da carne é majorado se comparado com a tilápia. 

Atualmente, apenas quatro estados têm a autorização para o cultivo da espécie: Ceará, São Paulo, Sergipe, Rio Grande do Norte e Tocantins. Diversos outros estão em busca de autorização, tanto no Sul, Sudesde, quanto no Norte, Centro-Oeste e Nordeste. 

O objetivo da Câmara é discutir a viabilidade da produção dessa espécie de peixe em Mato Grosso e tornar a produção uma fonte rentável aos pequenos e médios agricultores

Comentários (4)

  • Kaká Ambrósio |  31/08/2024 21:09:16

    Confesso não ter entendido alguns comentários que recriminam o cultivo de panga no MT. Alegações que me parecem vir de quem não conhece a espécie, ou são criadores de outros peixes e estão com medo de concorrência. Francamente, acho que o mi-mi-mi não tem embasamento. O panga é bom de sabor, tem as devidas proteínas e o cultivo não requer nada de especial que o torne desapropriado para ser criado.

  • Gustavo  |  20/08/2024 08:08:04

    Será qual grupo tem interesse nesse peixe, exótico, primeiro proíbem a pesca p favorecer seus amigos agora querem liberar criação de peixe exótico p consumo, sempre defendendo seus interesses e o povo que se lasque,espero que os eleitores vejam isso um dia ??? raça maldita essa do político

  • At |  19/08/2024 18:06:56

    É MUITA FALTA DE NOÇÃO. SE CAI NO PANTANAL DEVORA ATÉ OS JACARÉS... NÃO SERIA TAMBÉM VIÃVEL CRIAR O CATFISH E O PIRARUCU??? O COITADO DO RIBEIRINHO NÃO PODE PESCAR... MAS OS BARÕES PODEM CRIAR PANGASIUS. A HIPOCRISIA E A FALTA DE NOÇÃO NÂO TEM LIMITES EM MT...

  • João Marcos |  19/08/2024 18:06:12

    Por isto é preciso se debater nova divisão de Mato Grosso, para o bem do Pantanal, pois esses políticos do Nortão querem fazer lobby para criação de um peixe exótico que já deu problemas ambientais em países como a Colômbia. Políticos do Nortão gostam muito de ter votos por lá, mas querem morar na capital, comendo salmão importando do Chile nos melhores restaurantes, longe dos eleitores nas cidades nortistas. Será muito bom que esses políticos permaneçam morando perto dos seus eleitores. Nem matrinchã tem mais nos rios do Nortão. Que acabem com o Nortão já é ridículo, mas que deixem o Pantanal em paz.

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