Após ter demonstrado força no primeiro turno, elegendo dois prefeitos e emplacando vários candidatos no segundo turno, o ex-presidente Jair Bolsonaro amargou reveses neste domingo nas capitais onde se empenhou pessoalmente pela eleição de seus favoritos: Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Manaus (AM), Belém (PA) e João Pessoa (PB). O ex-presidente também saiu derrotado em Niterói (RJ), com a reeleição de Rodrigo Neves (PDT) na disputa com o deputado federal Carlos Jordy (PL), integrante da tropa de choque bolsonarista na Câmara.

Em BH e Belém, o centro saiu vitorioso nas urnas com as eleições de Fuad Noman (PSD) e Igor Normando (MDB). Normando foi apoiado pelo governador Helder Barbalho (MDB) e pelos ministros Jader Filho (Cidades) e Celso Sabino (Turismo).

Já na capital cearense, palco de um dos mais acirrados embates entre PT e PL, Bolsonaro foi confrontado com a vitória do deputado estadual Evandro Leitão, candidato apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que gravou participação no horário eleitoral do petista.

Um dos principais nomes da administração bolsonarista, o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga (PL) obteve apenas 36% dos votos na disputa de segundo turno pela prefeitura de João Pessoa, sendo derrotado pelo atual prefeito, Cícero Lucena (PP), que obtinha 64% dos votos válidos até a publicação deste texto.

Em Manaus, outro candidato do PL apoiado por Bolsonaro, Capitão Alberto Neto, foi derrotado, com 45,41% dos votos válidos. Na capital do Amazonas, o prefeito David Almeida (Avante) foi reeleito com 54,59% dos votos em uma campanha em que chamou o adversário de “radical” e “extremista”.

Em Goiânia, cenário de um dos principais ringues da direita, Bolsonaro viu o seu candidato, Fred Rodrigues (PL) ser derrotado pelo ex-deputado federal Sandro Mabel (MDB), apoiado pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que tenta se cacifar para disputar a presidência da República em 2026.

A derrota em Goiânia já era tinha sido prevista pelas pesquisas de opinião e era esperada também por interlocutores de Bolsonaro ouvidos reservadamente pela equipe da coluna, já que os dados internos também apontavam o mesmo prognóstico.

Por isso, aliados do ex-presidente tentaram convencê-lo a nao ir para Goiânia acompanhar a votação, para não se associado à derrota, conforme informou o colunista Lauro Jardim.

Na capital de Goiás, Fred chegou ao local de votação acompanhado de Bolsonaro e do deputado federal Gustavo Gayer, alvo na última sexta-feira (25) de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal que investiga desvio de verba parlamentar da Câmara dos Deputados.

O próprio Fred se meteu em outra polêmica na véspera do segundo turno, com a revelação de que mentiu ao se dizer formado em Direito. Além de se declarar bacharel na área no plano de governo submetido à Justiça Eleitoral, ele também informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter ensino superior completo. 

O PL de Bolsonaro, por outro lado, ganhou duas capitais neste segundo turno. Em Aracaju, a vereadora Emilia Correa derrotou Luiz Roberto (PDT) em uma campanha em que tentou evitar uma vinculação direta com o ex-presidente.

Já em Cuiabá, o deputado federal Abílio Brunini (PL) venceu o deputado estadual Lúdio Cabral (PT) no segundo turno da disputa pela prefeitura de Cuiabá, capital do Mato Grosso.