Sexta-Feira, 18 de Julho de 2025, 01h00
EMOÇÃO
Carteiro de 65 anos comemora aprovação na UnB
METRÓPOLES
O UnB 60mais, vestibular da Universidade de Brasília (UnB) voltado para pessoas com, pelo menos, 60 anos, veio não só para dar oportunidade de estudos a pessoas da terceira idade, mas também para emocionar famílias inteiras. É o caso da família Souza, cria da Ceilândia, que parou tudo para comemorar a aprovação do carteiro Ruinatan Lopes de Souza, 65, nesta terça-feira (15/7).
Rui, como é chamado por familiares e amigos, foi aprovado no vestibular para Letras – Tradução (Espanhol). Ele agora vai dividir o tempo entre as cartas e os cadernos e livros referentes ao curso.
É a primeira oportunidade concreta que Rui tem de adquirir um diploma de ensino superior. Muito ele deve à filha mais nova, a farmacêutica Náthaly Souza, 26 anos. “Foi um longo processo até convencê-lo a prestar o vestibular, porque ele achava que não conseguiria passar. Mesmo assim, acabei o convencendo”, relata Náthaly ao Metrópoles.
“Desde a inscrição ele começou a assistir a videoaulas por conta própria, leu e escreveu vários modelos de redação”, relembra a filha, que também estudou na UnB e se formou em março. “Ele se dedica muito.”
Rui é um apaixonado por línguas. Na década de 1990, ele ingressou no Centro Interescolar de Línguas de Ceilândia (Cilc) para estudar francês. Teve de parar de estudar à época por causa do trabalho, mas voltou para concluir o curso em 2021. “Ele se formou em 2024, mas, como não queria parar de estudar, fez a prova pra trocar de currículo e continuar lá por mais três anos”, explica Náthaly.
Expert no francês, Rui vai desbravar a língua espanhola. “Ele escolheu o espanhol por pura curiosidade em aprender”, aponta a jovem.
“Meu pai ama estudar, se dedica muito nisso. Ele sempre me diz: ‘Se alguém me disser que sou velho demais para estudar, não me importo e vou em frente. Não deixe que os pessimistas impeçam seu sonho. Acredite em você. Você pode, não pare agora.”
O carteiro é natural de Goianésia (GO), mas veio para Brasília no início da cidade. Aqui, se casou e criou seus quatro filhos. Não é exagero, portanto, dizer que a história da capital federal se mistura com a dele. “Ele morou um tempo na Vila do IAPI. Depois, passou por algumas quadras da Ceilândia Norte, e, há 37 anos, mora na mesma casa no Setor O”, menciona Náthaly, que nasceu e cresceu nessa casa.
“Olho cheio d’água”
Náthaly conta que a família acordou ansiosa nesta terça-feira (15/7). “Logo pela manhã, ele já vinha me perguntando a que horas sairia o resultado. Ele estava bem empolgado, mas eu já imaginava que ele ia ser aprovado”, diz.
Após a publicação do resultado, a família decidiu surpreender o agora estudante da UnB. “Fizemos uma surpresa para anunciar o resultado, com cartazes no portão, tinta e bolinho, e foi surreal ver a felicidade dele. Minha mãe, que também acreditava muito, ficou com o olhinho cheio d’água, abraçadinha com ele. Foi um momento muito marcante”, revela a filha.
Enquanto desfruta mais uma vitória pessoal, Rui já se prepara para conciliar as aulas da UnB e do Cilc. “Ele já está empolgado para começar”, encerra Náthaly.
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