Quinta-Feira, 23 de Julho de 2015, 20h34
E-mails de empreiteiro citam Mercadante
Estadão
Análise da Polícia Federal de troca de e-mails entre o presidente da Construtora Norberto Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, e executivos do grupo indicam suposta tentativa da maior empreiteira do País de apresentar propostas com preços elevados em contratos de navios-sonda para a Petrobras. As mensagens citam os nomes do ministro-chefe da Casa Civil Aloizio Mercadante (PT-SP) e do ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli como contatos políticos da empreiteira alvo da Operação Lava Jato nas negociações.
Na ocasião da troca de e-mails de Odebrecht, em 2011, Mercadante ocupava o cargo de ministro da Ciência e Tecnologia.
‘Foram identificadas, por parte do Grupo Odebrecht, especialmente do executivo Marcelo Odebrecht, ações com o objetivo de exercer influência política para obtenção de êxito na celebração de novos contratos com a Petrobras‘, conclui o laudo.
Em e-mail de 7 de janeiro de 2011 Marcelo Odebrecht escreve que é preciso ‘ter cuidado com a reação de Estrela (Guilherme Estrela, ex-diretor da Petrobras) e equipe‘ pela ‘pressão‘. ‘Junto ao Estrela vejo importante a conversa de vocês (importante saber tb feedback conversa Mercadante - me acionem se não conseguir obter do Luiz Elias). Posso tambem pedir a Mercadante um reforco‘, afirmou o empreiteiro na mensagem. ‘Por fim tem o proprio Gabrielli como ultima tentativa, que poderia fazer. Ele não gosta da gente (Suzano, Quattor, sondas), mas a tese é boa e talvez quem sabe?‘
O laudo tem 19 páginas. O documento anexado aos autos da Lava Jato analisa material apreendido com Marcelo Odebrecht e o executivo Roberto Prisco Ramos na 14Ð fase da operação em 19 de junho.
Nas conversas entre 2010 e 2011, que incluem dois outros executivos presos da empreiteira, Rogério Araújo e Márcio Farias, o tema tratado é os sete contratos de navios-sonda usados nos campos do pré-sal.
Os contratos foram fechados em 2011 com a Sete Brasil - empresa criada pela Petrobras, com fundos e bancos - para fornecer 29 equipamentos, pelo valor total de US$ 22 bilhões, para a estatal. Delatores da Lava Jato afirmaram que os contratos envolveram propina de 1% destinada ao esquema de corrupção na estatal, via PT. O Estaleiro Atlântico Sul (EAS), do Grupo Odebrecht, foi um dos contratados.
Atual chefe da Casa Civil, Mercadante disse que como ministro da Ciência e Tecnologia na época ‘sua única questão referente à Petrobras foi a construção do navio de pesquisa oceanográfica‘.
Defesas
Segundo ele, ‘este tema foi tratado com o presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, com o então diretor de Exploração e Produção, Guilherme Estrella‘. ‘A Odebrecht Braskem defendia a construção em estaleiro nacional, mas não era adequado dada a complexidade tecnológica do projeto. A Odebrecht não participou do projeto e, portanto, não faz parte do consórcio que administrará o navio‘, afirmou.
O ministro disse ainda que em sua atividade pública, manteve relação institucional com o presidente da Odebrecht e jamais tratou ‘de qualquer assunto de interesse particular da empresa‘ com a Petrobras.
Gabrielli disse o material divulgado nem ‘sequer levanta qualquer dúvida‘.
A Odebrecht sustenta que o relatório da Polícia Federal ‘presta um desserviço à sociedade e confunde a opinião pública ao estabelecer suposições a partir de email de Marcelo Odebrecht, quando deveria ater-se a fatos concretos‘. A empresa diz que repudia ‘a intenção de atribuir ao seu diretor-presidente pretensas intenções extraídas de raciocínios especulativos, com o objetivo claro de prolongar prisão que, como a dos demais executivos‘.
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