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Sábado, 26 de Julho de 2025, 14h00

NEGLIGÊNCIA

Erro médico quase causa aborto de bebê vivo em grávida

G1

 

Uma grávida de 29 anos afirma ter recebido um diagnóstico errado de óbito fetal na maternidade Moura Tapajós, no bairro Compensa, Zona Oeste de Manaus. A esteticista Jéssica Araújo relatou nas redes sociais o susto que viveu no dia 8 de julho, quando quase foi submetida a um aborto induzido de seu bebê, que na verdade estava vivo — descoberta feita somente após buscar atendimento em outra maternidade. Assista ao vídeo acima.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (Semsa) informou que está tomando todas as medidas cabíveis para apuração rigorosa do ocorrido, a fim de identificar com precisão o que motivou a divergência entre os exames realizados. A pasta afirmou ainda que o atendimento à paciente seguiu os protocolos clínicos da unidade.

Segundo Jéssica, que está grávida de 7 meses e segue em tratamento, ela procurou a unidade de saúde após sentir fortes dores na região pélvica. Na recepção, enfrentou demora no atendimento e, depois de passar pela triagem, foi encaminhada para avaliação médica.

"A médica fez o toque e disse que meu útero estava fechado, tudo normal. Depois tentou ouvir os batimentos cardíacos do meu bebê com um aparelho, mas não conseguiu. Me encaminhou então para exames de sangue, urina e uma ultrassonografia", relatou a esteticista.

No exame de imagem, Jéssica conta que foi impedida de entrar com acompanhante. Já na sala, o médico e sua assistente iniciaram o procedimento e, em menos de cinco minutos, anunciaram o óbito fetal."A médica entrou logo em seguida e disse que já sabia, que só queria uma confirmação. Então, imediatamente prescreveu a internação para indução do parto e retirada do bebê morto", contou, emocionada.

Diante da notícia, Jéssica entrou em desespero. Em um texto publicado nas redes sociais, ela conta que a pressão arterial subiu e ela precisou ser medicada."Mesmo assim, eu sentia meu bebê mexer. Avisei o técnico de enfermagem, que falou com a médica. Ela disse que eram apenas gases, que meu bebê já estava morto", diz trecho da publicação.

A paciente relata que aguardava um leito, já vestida com bata hospitalar e com acesso venoso instalado. Segundo ela, a maternidade alegava lotação total. Foi quando Jéssica pediu para ir a outra unidade de saúde e foi informada de que poderia sair por conta própria, mas que não poderia levar os exames. Mesmo assim, conseguiu tirar uma foto do laudo médico.

Ao chegar na maternidade Dona Lindu, foi imediatamente atendida. No local, foi constatado que o bebê estava vivo."O médico achou estranho o útero estar fechado e sem sangramento, já que havia um suposto óbito fetal. Ele então usou o aparelho para escutar os batimentos... Foi nessa hora que meu coração quase saiu pela boca".

Ao g1, Jéssica contou que processou os dois médicos da maternidade e a Prefeitura de Manaus pelo diagnóstico equivocado. Ela também decidiu publicar o relato e imagens nas redes sociais para que outras mães fiquem alertas quando duvidarem de algo nas unidades de saúde.

"Depois que eu publiquei, apareceram muitas mães dizendo que passaram pela mesma coisa. Então, foram mães que passaram e que falaram depois. Outras que passaram e hoje não têm certeza se realmente estava certo ou se foi um erro. Também me questionaram. É bom que fique um alerta", disse.

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