A jovem Mia Schem, sequestrada pelo Hamas durante os ataques de 7 de outubro de 2023 e mantida refém por 54 dias, afirmou ter sido drogada e estuprada em casa, em Tel Aviv, Israel, por um famoso personal trainer.

Mia foi libertada durante um acordo de trégua envolvendo reféns. Em entrevista ao Canal 21, de Israel, na última quinta-feira (1/5), ela afirmou que esse era seu maior medo durante o cativeiro, mas acabou acontecendo dentro da própria casa, o lugar que, segundo ela, deveria ser “seguro”.

O suspeito de estuprá-la é um homem, de 30 anos, preso no fim de março. Ele teve a casa revistada, e o celular e computadores apreendidos. Apesar de ter sido liberado da custódia policial, continua sendo investigado no caso.

O incidente aconteceu em abril e, desde então, a ex-refém tem sofrido traumas e lutado para lidar com a situação. “Vim contar a história como ela é, que sofri abuso. Passei por um incidente no mês passado, que me fez me trancar dentro de casa, entrar em estados mentais extremos e, no fim das contas, fui eu quem saiu machucada”, relatou Mia.

O suspeito atua como influenciador fitness e atende diversos clientes famosos, incluindo um ex-primeiro-ministro. Mia havia frequentado a academia onde o treinador trabalhava, a poucos minutos de casa. O suspeito nega o estupro.

A ex-refém alega que o treinador a abordou com promessas de conexões em Hollywood e de que poderia ajudá-la a contar sua história. Ele apareceu sozinho na dela casa e, segundo Mia Schem, ela não se lembra de mais nada a partir desse momento. “Meu corpo se lembra. Meu corpo sentiu. Meu corpo sabe que passei por algo”, contou.

“Mesmo em cativeiro, quando me machuquei, eu superei. A última coisa que eu precisava era de um incidente como este. Preciso de um momento de paz para processar minha vida por um segundo – ainda não comecei a processar meu cativeiro“, acrescentou Mia.

A vítima alegou ter flashbacks do que sofreu e apresentou sintomas físicos que a fizeram perceber que havia sido drogada e estuprada.