Quarta-Feira, 06 de Agosto de 2025, 19h00
COVARDIA FILMADA
Imagens desmentem PMs sobre execução com fuzil de mendigo
Câmeras corporais mostram que Jeferson de Souza foi morto sem reagir
G1
Imagens de câmeras corporais, obtidas com exclusividade pela TV Globo, mostram que policiais militares mentiram ao justificar a execução de Jeferson de Souza, homem em situação de rua morto com três tiros de fuzil durante uma abordagem em São Paulo. O crime aconteceu em 13 de junho no Viaduto 25 de Março.
Os PMs Alan Wallace dos Santos Moreira, tenente da Força Tática, e o soldado Danilo Gehring afirmaram que Jeferson teria tentado pegar a pistola de um dos policiais, o que teria motivado os disparos. No entanto, as imagens revelam que a vítima — natural de Alagoas — estava desarmada, acuada, e foi morta sem apresentar qualquer ameaça.
Desde o mês passado, os policiais estão presos e vão responder pelos crimes de homicídio doloso (quando há intenção de matar), falsidade ideológica e obstrução da Justiça. A defesa do sargento Alan disse que "a ação policial decorreu de legítima defesa e que demonstrará isso ao tribunal do júri". A defesa do soldado Danilo não foi localizada.
Procurada, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que repudia a conduta dos PMs e que um inquérito policial está em andamento na Corregedoria da PM.
Vítima chorava com as mãos para trás
O vídeo mostra que Jeferson foi abordado por seis PMs por volta das 20h20, quando desceu de uma árvore e foi revistado debaixo do viaduto. Em seguida, foi levado para trás de uma pilastra, onde se sentou no chão, de pernas cruzadas, e passou a ser interrogado. O soldado Danilo, que estava com a câmera corporal ligada, chegou a tirar uma foto do homem e a enviou para diferentes contatos pelo celular.
Pelas imagens, é possível ver Jeferson com as mãos para trás, chorando. Um policial segura um fuzil ao lado dele. Em determinado momento, a vítima é obrigada a se virar de costas. Pouco depois, o soldado Danilo cobre a lente da câmera com a mão e desvia o equipamento. Segundos depois, Jeferson aparece morto, com ferimentos de fuzil na cabeça, tórax e braço.
Após o crime, os PMs disseram na delegacia que Jeferson era procurado por ameaça e estupro, mas não apresentaram nenhum documento para comprovar a identidade dele. Dois meses depois, a Polícia Civil ainda não confirmou o histórico criminal da vítima nem conseguiu identificá-lo pelas digitais.
'Inaceitável' e 'vergonhosa'
oronel Emerson Massera, chefe do Centro de Comunicação Social da PM de SP
Em julho, o porta-voz da Polícia Militar de São Paulo classificou como “inaceitável” e “vergonhosa” a conduta dos policiais. Segundo o coronel Emerson Massera, chefe do Centro de Comunicação Social da PM, as imagens desmentem a versão dos policiais e mostram que a vítima já estava rendida.
“O vídeo [das câmeras corporais] contraria completamente a versão apresentada pelos policiais. Ele [a vítima] estava tranquilo, conversando com os policiais e, do nada, o tenente efetua três disparos de fuzil contra essa pessoa”, afirmou. Para ele, o episódio "envergonha" a corporação.
É uma ocorrência sem nenhum tipo de respaldo jurídico. Evidentemente, nos envergonha muito. Viola todos os valores da instituição, inclusive da legalidade. — Emerson Massera, chefe do Centro de Comunicação Social da PM
A Justiça paulista determinou a prisão dos dois policiais 22 de julho. Alan Wallace e Danilo Gehring foram presos pela própria corporação e levados ao Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Leste de São Paulo.
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