Sábado, 03 de Agosto de 2024, 03h00
POLÊMICA EM PARIS
Intersexo não é transgênero; entenda condição de boxeadora
G1
A boxeadora argelina Imane Khelif, que compete nas Olimpíadas de Paris e venceu a atleta italiana Angela Carini, é uma pessoa intersexo. Ela vem sendo alvo de desinformação nas redes, com posts que alegam que ela é, na verdade, transgênero.
Qual a diferença? Imane Khelif nasceu com uma condição em que tem órgãos genitais femininos, mas tem cromossomos sexuais XY (que determinam o sexo masculino) e níveis de testosterona no sangue compatíveis com o corpo masculino. Apesar disso, ela se identifica como mulher.
A situação é diferente do transgênero. Neste caso, a pessoa não se reconhece no sexo que nasceu. Este não é o caso de Imane e é por isso que, segundo o comitê olímpico, ela pode competir na categoria feminina.
ANTES: diferente do que vem circulando nas redes, a italiana Angela Carini, que desistiu da disputa com menos de 50 segundos de luta, não deixou a competição por causa da condição de Khelif. Em entrevistas, ela disse que desistiu por causa de dores no nariz.
O termo intersexo é abrangente e usado para descrever uma ampla gama de variações corporais nas características sexuais inatas.
Assim, segundo a Abrai e o Escritório do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), as pessoas intersexo são aquelas que têm características sexuais que, desde o nascimento, não se enquadram nas normas médicas e sociais para corpos femininos ou masculinos.
Essas características podem estar relacionadas a cromossomos, órgãos genitais, hormônios, entre outros. Em algumas pessoas, as características intersexo são perceptíveis logo no nascimento; em outras, podem surgir na puberdade ou ficarem aparentes apenas em fases mais tardias da vida.
Uma pesquisa da ONU estimou que entre 0,05% e 1,7% da população mundial nasce com características intersexo — o que pode significar até 3,5 milhões de pessoas apenas no Brasil.
Essas pessoas podem ter alterações hormonais, genitais ambíguos e outras diferenças anatômicas, ou ainda nascer com códigos genéticos diferentes do padrão. Um exemplo: o corpo pode ser fisicamente feminino, mas o seu código genético ser XY (X é o cromossomo feminino e Y é o masculino), o que pode afetar o desenvolvimento e a produção de hormônios.
Qual a diferença entre hermafrodita e intersexo?
O termo "hermafrodita" já foi, durante muito tempo, utilizado de forma genérica para denominar pessoas intersexo. Esse termo, no entanto, deixou de ser usado por ser considerado limitante e de cunho pejorativo, reforçando estereótipos negativos.
Segundo nota informativa da Organização das Nações Unidas (ONU) Direitos Humanos, o termo hermafrodita assume um "significado estreito e limitado dentro do campo da ciência e, portanto, pode promover ideias incorretas e homogeneizadas sobre a aparência e as capacidades dos corpos intersexo".
A nota reforça, no entanto, que algumas pessoas usam e reivindicam o termo para si — o que torna "primordial" que se respeite a escolha das pessoas em relação à terminologia que elegem para se referirem a si mesmas.
Mas então, qual é a diferença entre os dois termos?
Segundo a Abrai, hermafrodita é uma pessoa que tem uma condição congênita (desde o nascimento) onde há presença de testículo e ovário, com presença ou não de genitália ambígua — quando os órgãos sexuais não são bem formados ou não são claramente masculinos ou femininos.
Já intersexo é o termo generalista que engloba todas as condições biológicas que não se enquadram nas definições médicas de "macho e fêmea" — o que significa que "hermafrodita" é apenas uma das definições englobadas pelo termo.
Outros exemplos de intersexualidade são:
insensibilidade androgênica;
regressão testicular;
hiperplasia adrenal congênita;
Síndrome de Klinefelter;
Síndrome de Turner;
Síndrome de Rokitansky, entre outras.
Qual a diferença entre transgênero e intersexo?
Diferente do intersexo, as pessoas transgênero não se identificam com o gênero de nascimento. Não há uma questão física, como ter os dois cromossomos, por exemplo.
Essas condições interferem em questões de gênero?
Não. Cada pessoa, independentemente da condição genética, terá a própria identidade de gênero.
Contribuinte | 03/08/2024 12:12:07
As redes sociais deram voz a todos os idiotas do mundo!
Carlos Nunes | 03/08/2024 06:06:32
Pois é, tudo culpa do COI. A Confederação Internacional do Boxe já havia excluÃdo essa lutadora, em disputas com Mulheres. Concluiu que ela é muito forte pra disputar com Mulheres...Nessa luta, em 2 socos dados à lutadora italiana, quase quebrou seu nariz. Se a luta continuasse, poderia acontecer coisa pior com a lutadora italiana. O COI veio com a desculpa esfarrapada de questão cultural. Coitada das Mulheres...levando porrada cultural? Tudo errado nessa OlimpÃada, começando com a avacalhação da Santa Ceia. Eles nem entendem o verdadeiro significado da Santa Ceia, onde Nosso Senhor JESUS CRISTO estabeleceu a Nova Aliança entre DEUS e a Humanidade...transformou o pão e o vinho em seu Corpo e Sangue, que seria derramado na Cruz. Fizeram lacração com um dos maiores Atos Cristãos. Experimenta fazer coisa semelhante com Allah e Maomé pra ver o que acontece. O mundo islâmico não aceita isso.
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