A ex-primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, participou de um comício de campanha para a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, no Michigan, Estados Unidos, nesse sábado (26/10). Em um discurso forte, Michelle Obama clamou que homens, principalmente os negros, votem em Kamala, afirmando que se Donald Trump vencer, vidas femininas estarão em risco.

“Estou pedindo a vocês, do fundo do meu ser, que levem nossas vidas a sério. Por favor, não coloquem nossas vidas nas mãos de políticos, a maioria homens, que não têm a mínima ideia do que estamos passando”, disse Michelle Obama.

Michelle Obama buscou estender o assunto além dos direitos reprodutivos femininos, como forma de demonstrar que, em sua visão, se Donald Trump vencer o pleito todos os norte-americanos sofrerão com as consequências. 

Ao trazer o assunto à tona, ela falou sobre os desafios que as mulheres podem encontrar em vários estágios da busca de assistência médica, como “um caroço inesperado, um exame de Papanicolau ou mamografia anormal, uma infecção, um bloqueio”.

“Um voto nele é um voto contra nós, contra nossa saúde, contra nosso valor. Então, rapazes, antes de votarem, perguntem a si mesmos, de que lado da história vocês querem estar?”, bradou Michelle.

Levando mais de mais de 7 mil pessoas ao local, a ex-primeira-dama falou sobre a forma com que as mulheres estão sofrendo nos EUA após a revogação da Roe v. Wade por ministros da Suprema Corte dos EUA escolhidos por Trump.

“Temos que usar nossas vozes para deixar essas escolhas claras para os homens que amamos. Nossas vidas valem mais do que a raiva e a decepção deles, e somos mais do que apenas recipientes para fazer bebês”, afirmou Michelle Obama.

Michelle ainda reforçou, para as mulheres, que mesmo que seus companheiros não apoiem Kamala Harris, elas devem tomar suas próprias decisões.

“Seu voto é uma questão privada, independentemente das visões políticas de seu parceiro. Você pode usar seu julgamento e votar”. disse a ex-primeira-dama.

O enfoque da campanha Harris-Walz no voto masculino se dá após a percepção de que Kamala não está conseguindo atingir o eleitorado masculino.

No início do mês, o ex-presidente Barack Obama advertiu os homens negros, em um ato de campanha em Pittsburgh, sobre o papel que o sexismo estava desempenhando na hesitação deles em apoiar a vice-presidente.

“Tenho um problema com isso, porque parte disso me faz pensar – e estou falando diretamente com homens negros – parte disso me faz pensar que, bem, você simplesmente não está sentindo a ideia de ter uma mulher como presidente, e você está surgindo com outras alternativas e outras razões para isso”, afirmou Obama.