Parece piada pronta. Uma das jornalistas que mais fazem contraponto ao bolsonarismo e ao pensamento conservador – e que já foi até chamada de comunista – tem um marido eleitor de Jair Bolsonaro.

Amanda Klein fez a revelação em entrevista ao canal da professora de português Cíntia Chagas, famosa na TV e nas redes sociais por condenar a linguagem neutra defendida por parte da comunidade LGBTQIAP+.

“Às vezes dá briga (no jantar)”, contou a apresentadora, rindo, sobre o marido, o empresário Paulo Ribeiro. “Ele sempre foi de direita... A gente se conheceu pouco antes da eleição. O fato de ele votar no Bolsonaro e eu não, não quer dizer que a gente não tenha pontos em comum.”

Cíntia e Amanda demonstraram que o embate que tiveram no programa ‘Opinião no Ar’, na RedeTV!, ficou restrito ao campo das ideias. Cultivam boa relação. “Você é uma pessoa que recebe um ódio muito grande da direita”, comentou a educadora. “Por que a direita te detesta tanto?”

“Eles detestam o contraditório”, disse a jornalista. “E, para mim, é muito paradoxal. Para alguém que defende a democracia e a pluralidade do debate, isso demonstra uma intolerância muito grande e autoritarismo. Por que é ruim pensar diferente?”

Klein ressaltou nunca ter sido “mal-educada e agressiva” nos comentários e nos debates com colegas e entrevistados com visão oposta sobre os assuntos. “Eles não gostam da minha opinião como se a minha opinião não fosse permitida.”

“Acho que você é muito calma, irrita”, opinou Cíntia. “Você está lá, a única com viés progressista ali. Enquanto a gente vê emoção neles (os jornalistas de direita), uma certa paixão pelo duelo, a gente vê em você uma calma quase aristocrática, refinada.”

Amanda realmente se destaca pela consistência de seus argumentos e a serenidade inabalável, até quando recebe ofensas e deboches de quem não sabe contestar com o devido respeito.

Um dos princípios básicos do jornalismo profissional é a diversidade de pontos de vista. Na cobertura desta eleição polarizada, com previsível excesso de fake news e maniqueísmo, Amanda Klein terá papel relevante na defesa da informação e do debate equilibrado.