Domingo, 04 de Maio de 2025, 06h00
DATAFOLHA
Pesquisa diz que brasileiros beberam menos álcool em 2024
FOLHA DE SÃO PAULO
Quando se trata do consumo de álcool, a população brasileira se divide meio a meio entre os que dizem consumir a substância (51%) e os que não o fazem (49%).
Os dados são de uma pesquisa Datafolha feita entre os dias 8 e 11 de abril, com 1.912 entrevistados em 113 municípios de todas as regiões do Brasil. As respostas dizem respeito aos maiores de 18 anos, marco da maioridade no país e momento a partir do qual a venda de álcool é permitida. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.
Num balanço do consumo do último ano, mais da metade (53%) dos que ingeriram bebidas alcoólicas dizem que o consumo diminuiu, enquanto 12% observaram aumento do consumo e 35% avaliam que não houve mudança.
Os brasileiros, que têm uma média de consumo anual de álcool estimada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em 7,7 litros, beberam em média 4,5 doses da substância na semana anterior à pesquisa Datafolha. Para o levantamento, uma dose é entendida como um copo, lata, taça ou drinque de bebida alcoólica.
Dentre os que dizem consumir álcool, 10% beberam 11 ou mais doses na semana anterior ao levantamento, 13% consumiu de seis a dez doses, 16%, de três a cinco doses e 19% consumiu até duas doses. Cerca de 36% disseram não ter consumido álcool no período e 5% não responderam.
Com relação à frequência de consumo, 3% dos brasileiros que bebem álcool o fazem de cinco a sete dias na semana, 3% de três a quatro vezes em uma semana, 20% o fazem de uma a duas vezes na semana, 10%, uma vez a cada 15 dias e 13% ingerem bebidas alcoólicas uma vez por mês ou menos.
A percepção do consumo foi, no geral, positiva. A grande maioria (81%) avalia que consome bebidas alcoólicas na medida adequada e apenas 18% dizem consumir em excesso. Dentro desse percentual, 11% dizem beber mais do que deveriam e 7% acham que bebem muito mais do que deveriam.
A redução do consumo é uma tendência mundial, principalmente entre os mais jovens. Os Estados Unidos, o Reino Unido e outros países registram queda consistente no consumo de álcool entre jovens. Um estudo da consultoria Gallup, publicado em 2023, indica que, nos EUA, 62% dos adultos de 18 a 35 anos dizem beber, uma diferença de dez pontos percentuais em relação a duas décadas atrás, quando 72% faziam essa afirmação. No Reino Unido, um terço dos jovens de 18 a 24 anos diz não consumir bebida alcoólica, de acordo com um relatório da Mintel, também de 2023.
No Brasil, a faixa etária dos 18 aos 34 anos lidera a ingestão de bebidas alcoólicas. Entre eles, 58% dizem consumir álcool. Na faixa seguinte, dos 35 a 44 anos, o percentual cai para 55%. A queda se acentua entre os que têm de 45 a 59 anos, dos quais 46% dizem beber. Entre os que têm 60 anos ou mais, 35% dizem ingerir álcool.
O consumo entre os jovens menores de idade, de 16 a 17 anos, apareceu na pesquisa em contabilização separada dos dados gerais. Nessa faixa, 27% dizem ingerir álcool.
Segundo o levantamento Copo Meio Cheio da empresa de pesquisa Go Magenta, 28% da geração X (nascidos entre 1965 e 1980) começou a beber antes dos 18 anos, percentual que subiu para 37% na geração Y (ou millennials, nascidos entre 1981 e 1996) e para 48% na geração Z (nascidos entre 1997 e 2012).
A relação com bebidas alcoólicas também é impactada pelo gênero. Segundo a pesquisa Datafolha, os brasileiros bebem mais do que as brasileiras. Entre os homens, 58% consomem bebidas alcoólicas. Entre as mulheres, o percentual cai para 42%.
Mesmo entre os que dizem não beber, 61% dos homens já consumiram bebidas alcoólicas, índice que fica em 40% entre as mulheres.
Entre os homens, 10% dizem beber álcool de três a sete dias na semana, enquanto, entre as mulheres, apenas 2% dizem ingerir a substância na mesma frequência. Mesmo numa frequência menor de consumo –uma a duas vezes por semana– mais homens do que mulheres dizem beber: eles 25% dos que consomem álcool e elas, 16%.
São elas, também, que citam mais o desagrado com o sabor do álcool como motivo para não beber. A justificativa é dada por 25% das mulheres que não bebem e por 14% dos homens desse grupo.
Os homens são mais propensos do que as mulheres a enxergar abuso no consumo: 21% deles dizem consumir mais ou muito mais álcool do que deveriam. Entre as mulheres, 14% veem exagero na ingestão.
No século passado, quando movimentos pela temperança pregavam a abstinência de álcool, a violência doméstica e a ruína das famílias era um dos motivos citados. Nesses movimentos, mulheres tinham algum protagonismo para os padrões da época.
O desagrado com o comportamento de quem bebe foi uma justificativa citado por 7% dos brasileiros que não consomem álcool. O motivo que lidera a lista é, porém, preocupação com a saúde, citada por 34% dos entrevistados. Casos de dependência na família e medo de dependência foram citados por 8% e 7%, respectivamente, dos respondentes.
Em 2022, OMS declarou que não existe quantidade segura e mais estudos associam o consumo de álcool como fator de risco para doenças como hipertensão, depressão e câncer. Estudos traçaram associações entre o desenvolvimento de câncer de mama em mulheres e consumo de álcool mesmo em baixas quantidades. Há, ainda, uma associação entre consumo de álcool e envelhecimento cerebral precoce.
O segundo motivo mais citado para evitar o consumo de álcool é não gostar do sabor, caso de 21% dos respondentes.
A questão religiosa fica em terceiro lugar, citada por 13% dos brasileiros que não bebem. Entre os entrevistados evangélicos, só 27% costumam ingerir bebidas alcoólicas. O percentual sobe entre os católicos: são 58% os que dizem consumir álcool.
Entre os 51% de brasileiros que não bebem, 48% bebiam e pararam e 52% nunca beberam.
A renda também impacta o consumo. O álcool é menos comum entre os mais pobres –43% dos que tem renda familiar de até dois salários mínimos dizem beber. O percentual vai subindo nas faixas intermediárias. Entre os que ganham de dois a cinco salários mínimos, 54% dizem beber, percentual que vai a 64% entre os que ganham de cinco a dez salários mínimos. Os mais ricos, com renda superior a dez salários mínimos, bebem menos que a faixa que os antecede diretamente: 59% afirmam consumir bebidas alcoólicas.
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