Quinta-Feira, 17 de Julho de 2025, 15h00
EMENDAS
PF flagra dinheiro no sapato de vereador em ação por desvios
Quinta fase da Operação Overclean foi deflagrada nesta quinta-feira
TERRA
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira, 17, a quinta fase da Operação Overclean que mira uma organização criminosa suspeita de desvios de recursos públicos provenientes de emendas parlamentares.
Os policiais federais cumprem 18 mandados de busca e apreensão em quatro cidades da Bahia -- Salvador, Campo Formoso, Senhor do Bonfim, Mata de São João --, em Petrolina, em Pernambuco, e Brasília, no Distrito Federal.
A cidade de Campo Formoso é reduto eleitoral do deputado Elmar Nascimento (União-BA). Segundo o Blog do Fausto Macedo, no Estadão, o parlamentar é investigado pela PF, mas não é alvo das buscas realizada nesta quinta-feira.
Entre os alvos de hoje, está o prefeito de Campo Formoso, Elmo Nascimento (União-BA), que é irmão de Elmar. Também foi determinada uma ordem judicial de afastamento cautelar de servidor público de suas funções e o bloqueio de R$ 85,7 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas investigadas. Todos os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O que diz a investigação?
Segundo a PF, os investigados atuaram na manipulação de procedimentos licitatórios e desvios de recursos públicos vindos de emendas parlamentares destinadas ao município de Campo Formoso (BA), mediante pagamento de vantagem indevida. Eles também agiram na obstrução da investigação.
De acordo com o Estadão, um dos principais objetivos da PF é apurar irregularidades em convênios firmados, em 2022, entre a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) e o Município de Campo Formoso. Os convênios foram firmados a partir do envio de emendas do deputado Elmar.
As apurações apontam que o irmão, Elmo, teria participado de encontros na Superintendência da Codevasf e o representante da empresa que venceria a licitação na cidade.
Conforme o jornal O Globo, o vereador de Campo Formoso (BA) Franscisquinho Nascimento (União) foi outro alvo da operação. A PF encontrou notas de dinheiro escondidas em um sapato na casa dele. Ele é primo de Elmar.
O ex-presidente da Codevasf, Marcelo Moreira, também foi alvo de mandando de busca e apreensão nesta quinta. O Terra busca contato com todos os citados na matéria. O espaço segue aberto para manifestações.
A operação é realizada em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Receita Federal.
Os suspeitos podem responder pelos seguintes crimes:
organização criminosa;
embaraço à investigação;
corrupção ativa e passiva;
peculato;
fraude em licitações e contratos administrativos; e
lavagem de dinheiro.
Em nota, a Codevasf disse que "mantém compromisso com a elucidação dos fatos e com a integridade de suas ações" e que "continuará a prover suporte integral ao trabalho das autoridades policiais e da Justiça". "A Companhia mantém convênios para transferência de recursos com o município mencionado no contexto da operação. Em convênios, cabe ao órgão convenente — nesse caso, a prefeitura — realizar a licitação, a contratação e a execução das obras correspondentes. A Codevasf não participa de procedimentos licitatórios e não mantém relação com empresas eventualmente selecionadas por municípios para execução de convênios". Segundo a Codevasf, os convênios passaram por auditoria em maio de 2025.
A Operação Overclean
A primeira fase da operação foi realizada em 10 de dezembro do ano passado contra um esquema criminoso que teria direcionado recursos públicos de emendas parlamentares e convênios, por meio de superfaturamento em obras e desvio de recursos, para empresas e indivíduos ligados a administrações municipais.
Na época, foram cumpridos mandados na Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. A organização criminosa é suspeita de ter movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão.
Na segunda fase, em 23 de dezembro, agentes cumpriram novos mandados em cidades da Bahia -- Salvador, Lauro de Freitas e Vitória da Conquista -- e em Brasília. A PF informou, na ocasião, que o grupo criminoso também contava com o apoio de policiais que repassam informações, incluindo a identificação de agentes federais envolvidos em diligências sigilosas.
Já a terceira fase foi realizada em 3 de abril deste ano, com alvos em Salvador (BA), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e Aracaju (SE).
A quarta fase aconteceu em 27 de junho. Os agentes cumpriram mandados em cinco cidades da Bahia. Nesta etapa, os investigados são suspeitos de atuar na liberação de emendas parlamentares para as cidades de Boquira, Ibipitanga e Paratinga, todas na Bahia, no período de 2021 a 2024.
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