A Polícia Civil de Goiás (PCGO) cumpriu, nesta terça-feira, um mandado de busca e apreensão na casa do pastor Gilvan Gonçalves dos Santos, de 55 anos, que está foragido. Ele é suspeito de cometer estupro de vulnerável contra uma adolescente de 13 anos na cidade de Valparaíso, que fica a cerca de 190 km da capital Goiânia. A prática investigada teria ocorrido por meio virtual, com trocas de mensagens e tentativas de chamadas de vídeo. Segundo as investigações, o pastor já cometeu crime semelhante em 2020.

Conforme relatos, a vítima frequenta a igreja de Gilvan há poucos meses. O pastor teria começado a enviar áudios e "mensagens de teor sugestivo" para saber mais detalhes da vida da jovem e, depois, passou a fazer perguntas de cunho sexual. De acordo com a polícia, Gilvan apelidou a menina de "bebezinha" e chegou a pedir para ela mandar fotos mostrando a cor da calcinha, o que a fez relatar a situação para a família.

A mãe da vítima procurou a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam). Com a denúncia, foi aberto um inquérito policial e o pedido de prisão preventiva com busca e apreensão. A polícia apreendeu um computador, celular e tablete na residência do pastor, que ainda não foi encontrado.

Ainda segundo a vítima, o pastor pediu que ela aplicasse óleo ungido no corpo e chegou a convidá-la para buscar óleo e chocolates na sua residência, o que não ocorreu. Ele também pediu para a menina mandar mensagens de áudio e tentou realizar chamadas por vídeo, que foram recusadas.

O crime de estupro pode ocorrer até mesmo sem contato físico entre o sujeito e a vítima, caso o constrangimento gere lesão à honra e à dignidade. Chantagear, constranger e divulgar imagens íntimas de vítimas nas redes sociais é considerado estupro virtual, segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ).