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Quarta-Feira, 26 de Junho de 2024, 19h00

ESTUDO

Ser solitário depois dos 50 anos aumenta o risco de AVC

METRÓPOLES

 

Um estudo feito por pesquisadores de saúde pública de Harvard, nos Estados Unidos, apontou que pessoas solitárias acima dos 50 anos têm risco aumentado para acidente vascular cerebral (AVC). A pesquisa indica que indivíduos que relataram se sentir constantemente solitários tiveram 56% mais chances de ter um AVC em comparação com aqueles que disseram sentir a sensação muito raramente.

A investigação foi publicada nessa segunda-feira (24/6) na revista eClinicalMedicine. Foram utilizados para o estudo dados de saúde de 12,1 mil adultos com mais de 50 anos que responderam perguntas sobre a sensação de solidão em 2008. Em 2012, 8,9 mil deles voltaram a responder o questionário.

Os participantes foram acompanhados até 2018 para avaliar quais deles teriam um AVC. Entre o grupo que respondeu apenas uma pesquisa, 1,2 mil tiveram derrames. Entre os que participaram dos dois questionários, 601 sofreram AVCs no mesmo período.

Ao cruzar os dados de solidão recorrente dos pacientes com aqueles que tiveram derrames, houve um risco 56% maior de AVCs entre aqueles que responderam as duas pesquisas com “solidão constantemente alta”. Entre os que se disseram muito solitários em apenas uma pesquisa, o risco foi 25% maior do que entre os que não se consideraram sozinhos. “Nosso estudo concluiu que, especialmente quando vivenciada de forma crônica, a solidão pode desempenhar um papel importante na incidência de AVC. A sensação é cada vez mais considerada um importante problema de saúde pública. Nossas descobertas destacam ainda mais o porquê disso”, resume a pesquisadora Yenee Soh, a líder do estudo, em comunicado à imprensa.

Os pesquisadores tomaram o cuidado de diferenciar a sensação de solidão, que é uma percepção individual, do ato de estar isolado socialmente por escolha. “Mais que estar só, a sensação de abandono e de solidão parece levar a consequências psicossomáticas profundas que acabam desregulando todo o organismo com um impacto evidente no sistema circulatório”, diferencia Soh.

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