Sexta-Feira, 21 de Maio de 2021, 08h40
DISTRITO FEDERAL
Sobrinha estuprada pelo tio: “Me fez perder a virgindade aos 4 anos”
METRÓPOLES
Prestes a se formar em pedagogia, aos 22 anos, uma jovem brasiliense ainda busca forças para superar os traumas que feriram seu corpo e deixaram marcas profundas na alma. A futura professora foi estuprada pelo próprio tio, seguidamente, entre 2003 e 2010. O pedófilo foi preso após cumprimento de uma decisão condenatória na terça-feira (18/5) pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) do Distrito Federal.
Em entrevista ao Metrópoles, a vítima contou sobre os momentos de pânico causados por alguém que deveria cuidar dela e protegê-la. A jovem lembra que os abusos começaram quando ela tinha entre 3 e 4 anos: “Foi nessa época que aconteceu a primeira vez. Lembro que estávamos em uma antiga residência da minha mãe. Ela trabalhava em casa de família. Então, eu ficava com minha avó materna, e meu tio morava naquela casa”.
O criminoso esperava o momento certo para atacar e contava com a confiança de todos os familiares, que jamais imaginariam os estupros que estavam sendo cometidos. “Um dia, quando todos estavam assistindo TV na sala, ele me chamou para dormir e eu fui. Só que no meio da noite ele começou a passar a mão nas minhas partes íntimas, passou o pênis dele na minha vagina. Essa foi a primeira vez”, lembrou, com a voz embargada.
Ela decidiu contar a sua história para evitar que o mesmo aconteça com outras crianças. No início dos abusos, a menina não fazia ideia do que estava ocorrendo. Com o intuito de atrair a atenção da garotinha, o pedófilo oferecia doces para, assim, ter a chance de cometer a violência sexual.
“Ele chegava a introduzir o pênis dele na minha vagina. Na época em que contei para minha mãe, eu já tinha 10 anos e ele devia ter uns 27. Quando eu era pequena, ele falava que eu iria ganhar doce ou algo desse tipo. Mas quando fiquei maior, ele começou a ameaçar. Falava que minha mãe não iria acreditar em mim ou que iria bater em mim e na minha mãe”, recorda-se.
A jovem não soube precisar quantas vezes foi estuprada ao longo dos sete anos em que esteve perto do tio. “Eu lembro que ele consumou o estupro na maioria das vezes que ele vinha até mim. Outras vezes, ele passava só a mão, ou alguém chegava e ele parava”, disse. Para tentar escapar da violência, a menina passou a inventar desculpas para não acompanhar a família até a casa do agressor.
Falsa gravidez
Mesmo depois de se casar e ter duas filhas, o pedófilo manteve a rotina de estupros cometidos contra a sobrinha: “Eu tinha 10 anos quando contei sobre o meu tormento. Tive a ideia de inventar uma história em que eu tinha um namorado e achava que estava grávida, sabendo que minha professora iria falar com minha mãe. E foi isso que aconteceu. A professora falou com minha mãe e quando ela veio falar comigo, contei a verdadeira história”.
Após a prisão do agressor, a jovem experimentou uma mistura de sentimentos. “Era felicidade, medo, ansiedade… sinceramente, o que eu mais sinto é medo, pois, infelizmente, a nossa Justiça ainda é muito falha. Tenho medo de ele sair da cadeia e tentar algo contra minha família e contra mim”, desabafou.
O agressor foi preso enquanto estava escondido na cidade goiana de Iporã. Contra ele já havia uma decisão condenatória estipulando o cumprimento de pena de 14 anos de reclusão pelos estupros cometidos contra a jovem quando ela era criança.
Segundo a delegada-chefe da DPCA, Simone Pereira, o tio será recambiado para o sistema penitenciário da Papuda. “Como o inquérito foi instaurado aqui na época e a sentença condenatória foi expedida pela Justiça do DF, o sentenciado cumprirá a pena em nosso sistema carcerário”, explicou, no dia da prisão.
Exploração Sexual
A detenção ocorreu no Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A data foi escolhida em memória da menina Araceli Crespo, que foi raptada, drogada, estuprada e assassinada no Espírito Santo, no dia 18 de maio de 1973.
Entre janeiro e dezembro do ano passado, 1.517 crianças e adolescentes foram vítimas de estupro de vulnerável na capital da República, segundo dados do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
Os mais de 1,5 mil casos incluem, além de outras situações, conjunção carnal ou prática de outro ato libidinoso com menor de 14 anos. Ceilândia foi a região administrativa com o maior número de ocorrências, 92, contra crianças e adolescentes.
Governo anuncia R$ 3,7 bi para atingidos por lama de Mariana
Sábado, 12.07.2025 06h00
Lula diz ter apoio do povo para enfrentar tarifaço de Trump
Sábado, 12.07.2025 05h00
Após tarifaço, PGR finaliza parecer para condenar Bolsonaro
Sábado, 12.07.2025 04h00
Paquetá será inocentado de esquema de apostas, diz ex-dirigente
Sábado, 12.07.2025 03h00
Transar na frente do pet faz mal? Confira o que diz veterinário
Sábado, 12.07.2025 02h00