Sexta-Feira, 16 de Maio de 2014, 08h09
Gabriel Novis Neves
A maldição de Demóstenes
Gabriel Novis Neves
Demóstenes foi um proeminente orador e político grego de Atenas. Aprendeu retórica estudando os discursos dos grandes oradores do seu pais e sua formação cultural era ampla, sendo um apaixonado pelo direito.
Embora fosse gago, se tornou um grande orador. Participou de uma revolta e como ficou do lado perdedor, foi cercado por soldados. Como era comum nessa época, pratica o suicídio por meio da ingestão de veneno, tudo numa pequena ilha vizinha.
Sua fama de homem ético, correto, intelectual, orador e político, atravessou fronteiras e séculos.
As famílias com acesso aos livros começaram a idolatrar aquela personalidade e, como de hábito até os nossos dias, colocavam em seus filhos o nome dos mitos.
É um nome elitista, mas, ainda encontramos em nosso meio, particularmente entre políticos.
Há pouco tempo existia no nosso Congresso Nacional, um senador com esse nome. Tanto se destacou não só na defesa dos bons costumes como através de grande erudição, foi credenciado como o principal nome das oposições para disputar a Presidência da República.
Grande tribuno, com poder de conhecimento, fez escola entre seus colegas mais jovens, encantando a todos.
Era o cara, diziam seus inúmeros seguidores.
Eu estava decidido a votar no sábio do Congresso Nacional, diante de tantas frustrações com as outras categorias profissionais que passaram pelo cargo e pouco ou nada fizeram pelo nosso desenvolvimento.
Quando tudo encaminhava para esse desiderato glorioso, numa dessas operações, sua eminência é capturada pela Polícia Federal.
Abandonado pelos seus inúmeros admiradores que se sentiram traídos, perde o mandato de senador e do outro cargo que conquistara no Poder Judiciário por concurso. Solitário, inicia a luta contra processos judiciais, vivendo no ostracismo.
Por não ser grego, preferiu o suicídio moral ao físico, ficando condenado ao desprezo da nossa população.
Antes de Cristo, os valores eram outros e homens de bem não suportavam a morte moral.
É a história antes de Cristo a nos ensinar nos dias de hoje.
Os investigadores da respeitada Polícia Federal onde o ingresso na corporação é pelo difícil e competitivo concurso, acaba de demonstrar a sua independência, prendendo no Rio de Janeiro um dos diretores da Petrobrás, em uma operação contra a corrupção naquela estatal.
Estamos observando o desenrolar da operação Ararath.
A mídia local já divulgou em linguagem cifrada que só os entendidos traduzem, que um novo Demóstenes caminha para o seu triste destino.
Se isso acontecer, passo a acreditar em certas maldições, que acometem políticos brilhantes.
Na rua comentam sobre uma certa história de “maldição de Demóstenes”.
Torço para que tudo seja um enorme equívoco divulgado nos jornais.
Do contrário, permaneceremos nas mãos dos reconhecidos aproveitadores da falta de estudo da nossa população.
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