Segunda-Feira, 26 de Janeiro de 2015, 08h51
Wilson Fuá
Aos Mestres Cuiabanos com carinho
Wilson Fuá
Os professores eram respeitados, só com a sua presença bastava. O mestre era uma espécie de um Ser superior, acima do bem e do mau, havia pouca influência dos pais no recinto escolar, eram um modelo escolar firmado no respeito, dignidade e honestidade. Os Professores além de ter um elevado e notório saber, impunham liderança própria; a figura do professor transmitia respeito e carinho aos seus alunos.
Quantos Professores passaram pelas nossas vidas e viajando no tempo, só para homenagear os Mestres Cuiabanos, citaremos alguns nomes: lá na Escola Modelo Barão de Melgaço: Profª. Terezinha; Profª. Corina; Profª. Josefina Thommen; Profª. Nélia Povoas; Profº. Veteriana e Profª. Gracildes que primavam pela educação rígida, na Escola Técnica Federal de Mato Grosso: Porfª. Edna Affi; Profª. Roseny Catharine, Profº. Floriano Carvalho; Profº. João Crisóstimo Figueiredo; Profº. Reinaldo, Profº. Pedroso; Profº. Athaide e na Universidade Federal de Mato Grosso: Profº. Adejá de Aquino; Profº. Ávila; Profº. Leonardo e Profº. Manoel Pinto.
Foram grandes professores vocacionais que nasceram para ser mestre, quantas saudades daqueles aulas preparadas e passadas com prazer pelos profissionais do ensino, e mesmo com o passar dos anos ainda nos deixaram boas lembranças em nossa formação e que muitos ensinamentos trazem-nos princípios corretos que influenciam em nossas decisões pessoais e profissionais nos dias de hoje.
Ficaram em nossas lembranças, aquela figura do mestre impondo respeito e hierarquia com o comando firme e decidido, sem vacilar em nenhum segundo impondo sua liderança nata, a maior prova disso, era quando o professor entrava na sala de aula, todos os alunos levantavam em forma de respeito e glorificação ao mestre, e ficavam em pé, até que o Professor pronunciasse o cumprimento e ordenasse que todos pudessem sentar-se.
Tive grandes mestres, certa vez, um desses educadores, na ilustração e reflexão de uma aula representativa, deu-nos uma grande lição que carregamos pelo resto da vida, disse aos alunos:
- Quem deseja esta moeda de prata?
Vários alunos levantaram as mãos, mas o mestre pediu:
- Antes de entregá-la, preciso fazer algo.
Jogou-a com toda fúria ao chão, e insistiu:
- Quem ainda quer esta moeda?
As mãos continuaram levantadas.
- E se eu fizer isso?
Atirou-a contra a parede, deixou-a cair no chão, ofendeu-a, pisoteou-a e mais uma vez mostrou a moeda – agora imunda e rasurada.
Repetiu a pergunta, e as mãos continuaram levantadas.
- Vocês não podem jamais esquecer esta cena – comentou o professor.
– Não importa o que eu faça com esta moeda, ela continua sendo uma moeda e terá sempre o seu valor monetário.
Muitas vezes em nossas vidas podemos ser amassados, pisados, maltratados, ofendidos; entretanto, apesar disso, ainda teremos o mesmo valor. O mestre cuiabano deixou esse belo exemplo da moeda, para que os alunos pudessem enfrentar situações na vida, onde alguém queira tentar diminuir o seu valor pessoal, e orientando os futuros cidadãos a saber impor-se e defender-se. E por outro lado, quando vocês estiverem prestes a fazer algo que possa levar alguém a se sentir diminuído, pense no exemplo da moeda, todos nós somos iguais e todos temos nossos valores. Nunca se esqueça deste momento representativo e reflexivo que agora vos passo, que levem para o resto das suas vidas: a dignidade, o caráter e a sabedoria, são valores morais que serão nossos escudos contra os obstáculos da vida.
Em função da nossa formação educacional que recebemos tanto familiar ou como dos mestres, tivemos o entendimento do que é ser dignos e o que é ter caráter firme, recebemos a formação para não deixar que pessoas despreparadas e truculentas pudessem diminuir a nossa essência. Tudo depende da sólida formação que recebemos na infância e na juventude, se o sistema educacional impõe o respeito aos valores morais, com certeza teremos homens conscientes, que saibam respeitar e saibam impor o que é ser justo e honesto.
Infelizmente não é isso que estamos vendo, hoje o recinto escolar educa e as famílias por não saber impor limites deseducam. Quanto maior o volume de recursos aplicados na Educação, menor será o volume de recursos aplicados na construção de Presídios.
Economista Wilson Carlos Fuáh – É Especialista em Recursos Humanos e Relações Sociais e Políticas.
Fale com o Autor: wilsonfua@gmail.com
Roberto Cerqueira Dias | 26/01/2015 14:02:16
Parabéns FUÃ. Brilhante matéria. Viajei no tempo relembrando Profª Amélia Póvoas, Profª Inalda, Profª Jaira Cuiabano, Profª OtÃlia Cuiabano, Profº AthaÃde, Profª Maria Auxiliadora, Profº Domingos, Profª Pirunga, Profº Adjá de Aquino e muitos e muitas outros (as).
Reinaldo Thommen - Cuiabá/MT | 26/01/2015 11:11:31
BOA WILSON, MUITO BOA, VIAJAMOS NO TEMPO LENDO ESSA SUA REPORTAGEM, TÃNHAMOS EDUCAÇÃO, COMO TAMBÉM FORMAÇÃO RELIGIOSA, HOJE 0 ALUNO TEM MUITA INFORMAÇÃO MAS POUCA FORMAÇÃO, TANTO QUE QUANDO CHEGAMOS PARA SERVIR NO NOSSO GLORIOSO EXERCITO BRASILEIRO, NO ENTÃO 16 BATALHÃO DE CAÇADORES, NÃO TÃNHAMOS PROBLEMA COM DISCIPLINA NEM HIERARQUIA, POIS Jà LEVÃVAMOS DE NOSSAS CASAS. UM GRANDE ABRAÇO.
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