A chamada em questão está relacionada, a manifestação de: pesar, tristeza, dor e sofrimento. Sentimento este, vivido recentemente por um amigo querido, Cléo Costa, ‘O repórter que o povo gosta’, é chamado assim, na imprensa local.

Mensurar a dor e sofrimento de alguém é algo inimaginável, uma vez que, cada pessoa manifesta esse sentimento de forma única e diferenciada; pois só quem já perdeu alguém muito querido sabe a dor e confusão emocional que é lidar com essa ausência.

Amigo verdadeiro não é aquele que está ao seu lado apenas nos momentos de alegria e felicidade, e sim, aquele que consegue mensurar e dividir a dor e sofrimento do outro, mesmo que seja, através  de simples palavras com as quais irei declinar em nome da sua querida mãe, dona Neide Costa, que nos deixou  recentemente de forma prematura, vítima de Aneurisma, seguido de complicações que a levou à morte.

Em nome do amigo Cléo Costa e de seus irmãos, Thiago Costa e Diego costa, irei declinar-lhes uma parte da história de vida dessa mulher guerreira e trabalhadora.

Se for discorrer toda sua trajetória de vida e sofrimento daria para escrever um livro, portanto vou me pautar em dados de relevância para os sentimentos dos filhos, que por certo, se sentirão tocados com esta singela homenagem.

Neide Costa natural do Paraná, nascida em 13 de dezembro de 1962, de origem humilde esposa do senhor Joaquim Horácio Costa, na ocasião eram proprietários de uma pequena roça onde moravam e trabalhavam.

Em função das dificuldades financeiras, precisaram vender essa pequena propriedade e vieram tentar a sorte em Mato Grosso.

Aqui chegando passaram a enfrentar outro problema pertinente a cidade grande, a ausência de emprego por falta de qualificação educacional, uma vez que, a dona Neide trabalhava o dia todo na roça, e não conseguiu estudar.

Aí ela e a sua irmã Divina Costa que também para cá veio, se viram obrigadas a trabalhar em casas de famílias, para tirar o sustento dos   filhos.

Nesse momento da sua vida, ela já sofrera uma outra baixa na família, desta feita graças a Deus não foi morte, e sim, abandono do seu pai à família, a situação passou a ficar mais complicada para vida desta mulher: honesta, honrada, trabalhadora e guerreira, que desse momento em diante  passa a exercer, papel de pai e mãe simultaneamente.  

Existe uma máxima em nossas vidas, que diz “Aquilo que está ruim não pode piorar”, ledo engando, diante de toda essa adversidade financeira e sentimental, dona Neide depara com um novo problema, adoeceram simultaneamente os filhos Cléo Costa e o seu irmão Tiago Costa.

Aí entra em cena, o destemor e coragem da dona Neide, para encarar mais esse problema sem sua vida. Movida pela fé em Deus, foi a luta para salvar a vida dos seus filhos queridos, em função disso, sua saúde também complicou chegando a pesar 30 Kg em função da preocupação com os seus rebentos.

O Cléo Costa, que estava internado na Santa Casa de Misericórdia, juntamente com o seu irmão. Eis que, a  dona Neide recebe dos médicos, a notícia que nenhuma mãe gostaria de receber, os mesmos desenganaram o seu filho Cléo Costa, que tinha infecção no estômago, diante dessa triste notícia ela diz para os médicos “Meu filho foi desenganado por vocês mas não por Deus, vou tirá-lo daqui” , assim o fez, assinou um termo de compromisso com o hospital e o tirou.

Dessa atitude de mãe desesperada,  o Cléo Costa relata “Deus operou um grande milagre em minha vida, com 3 anos de idade ressuscitei, e fiquei por mais alguns anos em recuperação  espiritual, ao ser levado para casa, esta notícia acabou virando capa de um jornal, com os seguintes dizeres “Milagre de Deus, a fé da dona Neide Costa salvou o seu filho”. O meu amigo Cléo fez questão de frisar esse episódio que acabou se tornando algo importantíssimo em sua vida, assim sendo, ele quis dividir um pouquinho da história da sua guerreira mãe Neide Costa (in memoriam).

“O cair é do homem, o levantar é de Deus”

Professor Licio Antonio Malheiros é geógrafo