Depois de muito tempo, muito tempo mesmo, resolvi ver e participar do último carnaval cuiabano. Estimulado por um casal de amigos,comecei a frequentaraPraça da Mandioca. 

Tomando uma cerveja bem gelada, sentei-me algumas vezes no centro da praça e pedia sempre um acompanhamento de pastéis de bacalhau. Como historiador e bom observador, ficava a olhar o entorno e as pessoas no lugar. 

O lugar é pioneiro na história de Cuiabá, já foi chamado de Largo da Mandioca, e no período colonial era chamado de Praça Real, ou popularmente Largo doSebo.

O nome de Praça Real advém da localização de um casarão antigochamado de Palácio dos Capitães Generais de Mato Grosso, construído antes de 1726 e residência em Cuiabá dos primeiros governadores do período colonial. 

Na esquina onde estava o antigo Palácio, funciona hoje uma casa de residência e nos fundos um bar improvisado. 

Hoje todos que frequentam a praça ou passam por elaa conhece por Praça da Mandioca, sendo este o seu nome popular, mas oficialmente é Praça Conde de Azambuja. 

A homenagem foi dada ao primeiro Capitão General de Mato Grosso, Dom Rolim de Moura Tavares, que depois de cumprir sua árdua missão por mais de quinze anosna Capitania de Mato Grosso, foi nomeado2º Vice-Rei do Brasil.

Para se chegar a Praça da Mandioca é só seguir a Rua Pedro Celestino, antiga Rua das Trepadeiras, ou Rua de Cima para os antigos cuiabanos, passando em frente à Prefeitura de Cuiabá, na Praça Alencastro.

 Sem dúvida que o lugar tem vestígios de nossa história, com tal deve ser preservado e dinamizado para servir de memória,de identidade para os cuiabanos. Sua natureza de ocupação é festiva

A última festa de carnaval foi sem dúvida muito bem organizada, o público compareceu em massa e as músicas eram de carnaval. Sim de carnaval das antigas, isso me fez dançar e bebericar a vontade. A alegria era geral. Os frequentados eram os mais variados em idade e classe social.

Toda vez que vou a Praça me vem na cabeça toda a sua importância histórica antiga e sua importância atual, pois além do carnaval, outras atividades culturais também acontecem no lugar. Continua a praça a fazer história, história contemporânea, pois é uma referência em Cuiabá.

Mas falta algo no lugar, ao mesmo tempo em que gosto de estar ali, sinto que falta muita coisa que me prenderia mais ao local. As pessoas frequentam, mais sinto nelas certo desconforto.

O desconforto me parece ser da inexistência de uma infraestrutura adequada e bem trabalhada para transformar o lugar em palco turístico de fato, com bares e restaurantes (estes nem existem de fato) mais aconchegantes, com os casarios preservados e mais atrativos, transformando o lugar em uma verdadeira praça de lazer. 

Na época colonial me parecia que o lugar tinha muito atrativo, poisrecepcionavaas autoridades da época com festas religiosas e profanas, que duravam quase uma semana. Óperase peças teatrais eram encenadas com autores internacionais, entre eles o francêsVoltaire.

História a praça tem basta ao poder público, os moradores do lugar pensar em dar mais conforto ao público que quando é chamado em festividade vem àpraça, mas que precisa ser mais bem tratado.

Fica a dica.