Vivemos em uma sociedade que adora criar moldes. Desde cedo, nos dizem o que devemos ser, vestir, estudar, amar, consumir. Existem modelos prontos para tudo: para o sucesso, para a beleza, para a felicidade e até para o sofrimento. Quem não se encaixa em algum desses padrões, em algum momento, vai ouvir ou sentir que está “vivendo errado”.

Mas o que é viver certo? Seguir um script que outros escreveram, mesmo que isso custe a própria autenticidade? Ou viver com verdade, ainda que isso signifique decepcionar expectativas externas?

A pressão por padrão é sorrateira. Ela aparece no Instagram, em conversas de família, no ambiente de trabalho, em todo lugar. Ela sussurra: “Você só será alguém se tiver isso, fizer aquilo, parecer com fulano”. E, quando a gente acredita nisso, começa o processo de silenciamento de si mesmo, um processo que adoece.

O mundo cobra padrão, sim. Mas a vida exige verdade. Ser verdadeiro com o que se sente, com o que se deseja e com o que se acredita é um ato de resistência. É escolher ser inteiro, em vez de apenas aceitável. Quando nos permitimos ser quem somos, passamos a viver com mais coerência, sustentando relações saudáveis, decisões conscientes e um senso real de pertencimento. Fingir é desgastante.

No livro 'Felicidade', a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa afirma que o modo “ser” de viver nos leva à posse de nós mesmos, não de objetos ou pessoas, mas da nossa essência. É uma forma de reafirmar a identidade e o caráter com que nos relacionamos com os outros, seja no âmbito social ou afetivo. Pessoas que vivem nessa perspectiva tendem a ser mais felizes consigo mesmas, justamente porque deixam de ser programadas para fazer apenas o que se espera delas.

E você, vive de verdade ou apenas sobrevive dentro do que esperam de você?

Bruno Moreira (@obrunocos) é publicitário e gestor de marketing.