Opinião

Terça-Feira, 10 de Fevereiro de 2015, 08h53

Onofre Ribeiro

VLT e planejamento

Onofre Ribeiro

 

Estive ontem na audiências pública a respeito do VLT e de obras da Copa do Mundo. Observei com cuidado, sem emitir juízo de valor durante toda a apresentação. Primeiro quis ter a certeza de que não era uma peça política. Depois queria de conhecer os principais pontos.

O secretário de Assuntos Estratégicos, Gustavo Oliveira, fez uma apresentação sóbria e evitou emitir juízos. Ao final, as constatações terminaram muito depressivas. Aparentemente existem grandes questionamentos financeiros em todo o correr do processo das obras e do VLT. Má qualidade também e a clara desobediência às recomendações mínimas da empresa contratada para periciar e auditar as obras.

Porém, o que está feito, está feito. O que me deixou impressionado e muito incomodado nem foi tanto prazo, preço, erros e acertos. Foi a absoluta falta de planejamento quando ás obras, quanto as datas e quanto aos custos.

Aqui, encerro esse tema para abrir uma conversa sobre o planejamento que não existiu ali e, de resto, não existe mais em nenhuma obra pública. Até a Constituição de 1988, e um pouco depois, quando um partido governava como vencedor da eleição, ainda se guardava os ritos de planejamento. Nos governos militares o planejamento era levado muito a sério, pela índole de organização que eles cultivam. Uma obra era avaliada desde a sua necessidade, seus impactos sociais, econômicos, prazo, custo, orçamento e ainda se agregava nela a participação de todos os setores da gestão envolvido direta ou indiretamente. Assim, o plano e os projetos incluíam todos os custos, todos os empecilhos e todas as implicações de modo a não ter que se parar a obra porque alguém envolvido estivesse desinformado.

O que era extremamente respeitado por essa época era o projeto da obra. Antes dele não se começava e nem se fazia obra nenhuma. No caso das obras da copa em Cuiabá, do começo ao fim faltaram projetos e faltou planejamento. Na audiência pública de ontem o que chamou a minha atenção pra valer foi a questão do planejamento. Além dos mais faltam no governo técnicos capazes de fazer planejamento. Mal e mal fazem rascunhos que são chamados de projetos básicos. O projeto final, completo e definitivo não existiu nas obras da copa. Por isso, a confusão foi tão generalizada, os custos fora do controle e a conclusão imprevisível.

Se a gestão Pedro Taques fez essa auditoria, que ela lhe sirva, também, como advertência que não se pode mais administrar a mínima ação sem que haja o respectivo planejamento. Foi didático.

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso

onofreribeiro@terra.com.br   www.onofreribeiro.com.br

 

Comentários (3)

  • artur oliveira |  11/02/2015 07:07:24

    A falta de conhecimento e falta de discernimento (como melhor aplicar o conhecimento) leva a crer que "interesse público" é o que o administrador de plantão chancela como tal. No caso das obras da Copa inicialmente programadas para serem feitas por etapas para não causar sacrifício exagerado para a sociedade mas acabou atrasando e feitas todas de uma vez só. É óbvio que não daria certo, como não deu. Sem contar com (des)interesses (des)republicanos inconfessáveis com fortes indícios agora aflorados.

  • antonio carlos |  10/02/2015 15:03:59

    "Depois queria DE conhecer os principais pontos." Depois dizem que eu pego pesado com esse senhor. Ele sequer sabe escrever português.

  • CARLOS COUTO |  10/02/2015 10:10:31

    JORNALISTA ONOFRE RIBEIRO, VIRA CASACA, LI SEUS COMENTÃRIOS ANTIGOS, VOCE FOI UM DEFENSOR OMERICO DO VLT E BAJULADOR DO ANTIGO GOVERNO, QUEM É VOCE PARA DAR PARECER FAVORAVEL E ADVERTENCIA A ESTE GOEVERNO, PRINCIPALMENTE SOBRE PLANEJAMENTO. FICA NA SUA.

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