Segunda-Feira, 15 de Julho de 2024, 15h05
TORTURA NO BOMBEIROS
Capitão cita mensagem no Whats e revela que soldado morto tinha arritmia
D.Louco cita que Lucas teria doença pré-existente
ALEXANDRA LOPES
Da Redação
Os advogados da defesa do capitão do Corpo de Bombeioros de Mato Grosso, Daniel Alves de Moura e Silva, conhecido como "D. Louco" e réu pela morte do aluno soldado Lucas Veloso Peres, de 27 anos, enviaram a resposta à acusação para a 11ª Vara Criminal Especializada em Justiça Militar de Cuiabá, solicitando a absolvição sumária do oficial. Alegaram que Lucas sofria de arritmia, o que poderia ter contribuído para o afogamento dele.
Segundo o documento, o capitão não estava ciente dessa condição durante os treinamentos, que ocorriam na Lagoa Trevisan, em Cuiabá. "A análise do fato de o AL SD Lucas Veloso, possuir arritmias quando submetido a atividades de desgaste físico, conforme consta no exame de teste ergométrico fornecido à CBMMT, na fase de apresentação de exames médicos no concurso. Além disso, a natureza das atividades durante a instrução de salvamento aquático poderia ter exacerbado qualquer pré-disposição a essas condições cardíacas, tornando crucial uma investigação completa e imparcial sobre o ambiente, supervisão médica durante o treinamento e as condições físicas e de saúde do aluno soldado. Portanto, do ponto de vista jurídico, é fundamental considerar todas evidências médicas disponíveis, incluindo os resultados do teste ergométrico, através do qual revela-se condição de saúde pré-existente que não foram apreciadas com a cautela necessária, mas que condizem com a possibilidade de elas terem sido o nexo causal do óbito com condição absolutamente independente da conduta praticada pelo réu", traz trecho do documento protocolado em 11 de julho.
A defesa também revelou que um dos alunos que inicialmente afirmou em um grupo de WhatsApp que Lucas foi vítima de caldo - ato de ter a cabeça afundada na água para testar resistência - afirmou em seu depoimento que tentou editar a mensagem, mas o conteúdo já havia sido vazado para a mídia. No grupo, os jovens discutiram a morte de Veloso e classificaram o caso como "grave".
Em um dos diálogos, um rapaz responde a uma outra pessoa que não houve esforço físico por parte de Lucas, mas sim outra situação. "Esforço físico meu pau. Foi caldo. Eu tava com ele", compartilhou.
No entanto, os advogados lembram que o aluno mudou a versão em seu depoimento. "Nesse primeiro ponto, Douto Juízo, nos perguntamos: como alguém pode declarar que uma pessoa fora afogada mediante caldo, se refutou suas declarações, afirmando que não viu os supostos caldos, desmentindo o conteúdo de sua mensagem, de forma irresponsável e que culminou num desencadeamento de notícias falaciosas?", questionou a defesa.
"Ora, Excelência, a defesa do réu sempre compreendeu a necessidade de que os fatos fossem apurados mediante Inquérito Policial Militar e agora pelo crivo do Poder Judiciário; todavia, admitir que sejam os réus denunciados com base em uma mensagem já refutada por àquele que a produziu, não nos parece a expressão da justiça, sobretudo, quando existem diversas declarações nos autos de que os supostos “caldos” não ocorreram", pontuou.
O CASO
No dia da morte de Lucas, que ocorreu em 27 de fevereiro, o capitão determinou que os alunos se organizassem em grupos de quatro militares para realizar uma corrida de cerca de um quilômetro e, em seguida, atravessar o lago a nado. Conforme a dinâmica proposta, a cada dois alunos, um deveria portar o flutuador do tipo Life Belt. Nessa divisão, a vítima ficou com a missão de levar o equipamento. Após percorrer aproximadamente 100m da travessia a nado, o aluno começou a ter dificuldades de flutuação e parou para se recompor, utilizando o Life Belt.
Ignorando o estado de exaustão do soldado, o capitão ordenou que ele soltasse o flutuador e continuasse a nadar. A vítima tentou prosseguir com a atividade várias vezes, buscando o flutuador devido às dificuldades. O capitão insistiu para que o soldado soltasse o equipamento de segurança, fazendo ameaças, e posteriormente ordenou ao soldado Kayk Gomes dos Santos que retirasse o flutuador da vítima. O soldado retirou o life belt (flutuador salva-vidas) de Lucas e o submeteu a "vários e reiterados caldos".
Desesperado e sofrendo intensamente, a vítima pediu socorro e para sair da água. O capitão, que estava em uma prancha, desceu do equipamento, ordenou que os alunos continuassem a travessia e disse que supervisionaria a vítima. Ele se posicionou à frente do aluno quando percebeu que ele submergiu. Ao retornar à superfície, Lucas Veloso Peres estava inconsciente. O aluno foi colocado na embarcação e imediatamente constatado que não havia pulsação, indicando que ele havia entrado em parada cardiorrespiratória. Lucas morreu no local.
Jorge | 16/07/2024 08:08:38
Vou resumir. Para o fodastico a culpa é do finado.
Crsm | 16/07/2024 07:07:01
A defesa quer de todas as formas livrar esse psicopata da cadeia mas ele simplesmente matou o rapaz quando negou socorro
José | 15/07/2024 18:06:35
A condenação da então Ten Ledur seguiu a correta aplicação da lei e o devido processo legal. O público leigo tende a estar exaultado pelo sensacionalismo e clamor do senso comum, mas o devido processo legal, (que inclui o inquérito policial, neste e no caso da Ten, Inquérito Policial Militar e Processo Penal Militar) é o meio mais exatto, mais perfeito e mais próximo de se chegar a verdade sobre fatos criminosos, ou em tese criminosos, o meio pactuado pela sociedade, que elegeu os elaboradores da CF e das leis.
José | 15/07/2024 18:06:06
O Cap errou ao insistir que o aluno prosseguisse, quando estava evidente que não conseguia. Mas deve ser absolvido, ou no máximo sofrer condenação por homicÃdio culposo. As circusntâncias trazidas na matéria, se verÃdicas, apontam pra isso. Também parece haver necessidade de exigir-se exames médicos mais especÃficos nos concursos, encarecendo para os candidatos. Também, volto a apontar, se não houver, a criação de uma grupo, composto por oficiais, para fazer visitas surpresas as instruções de cursos militares, e vereficar as práticas dos instrutores. Não vejo tortura ou dolo.
Xô Mano Rico | 15/07/2024 16:04:00
Pois é,,, Assassinou o rapaz matou afogado e torturado tem que pagar e arcar com as consequências o correto era esse psicopata estar preso detido e exonerado da função pública militar e responder perante ao tribunal do júri, ser condenado no minimo 150anos de cadeia.
valeria | 15/07/2024 15:03:38
sera que esta encaminhando igual ao caso do rodrigo claro?
SENSATO | 15/07/2024 15:03:14
TA FAZENDO DE TUDO PARA ESCAPAR DA CIPOADA ESSE TAL DE LOCO, NÃO RESPEITAM NINGUÉM, SE ACHAM DEUSES AFF
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