Polícia

Quarta-Feira, 17 de Abril de 2024, 23h40

CRIME

Delegado e agente temiam serem descobertos e dividiram fiança de preso em MT

Escuta ambiental flagrou casos de corrupção de Geordan e Marcos Paulo

LEONARDO HEITOR

Da Redação

 

A decisão que resultou na prisão do delegado da Polícia Civil de Mato Grosso, Geordan Antunes Fontenelle Rodrigues, e também do investigador, Marcos Paulo Angeli, demonstrou que a dupla temia ser descoberta por conta de um episódio semelhante ocorrido no Pará. O grupo também lamentou uma operação da Polícia Federal, realizada em 2023, já que um dos alvos entregava uma "mesada" de R$ 2 mil ao delegado.

O delegado e o investigador da PJC foram alvos da Operação Diaphthora, deflagrada nesta quarta-feira (17), com o objetivo de desmantelar um esquema de corrupção envolvendo, além dos dois agentes, garimpeiros e advogados. Na ação, foram cumpridas 12 determinações judiciais, sendo as duas prisões, além de sete mandados de busca e apreensão e três medidas cautelares.

Geordan Fontenelle foi nomeado no dia 16 de novembro de 2021 como delegado substituto. O estágio probatório dele terminaria apenas em novembro deste ano, após 36 meses conforme a Emenda Constitucional 19/1998, da lei 8.112/1990, a respeito do prazo de estágio probatório.

Como delegado da Polícia Civil de Mato Grosso, ele recebia o sálario de R$ 35,4 mil. Já o investigador Marcos Paulo Angeli está na PC desde 2002 e possui uma remuneração de R$ 25 mil.

Informações extraoficiais dão conta de que ele também já possui processo anterior por suposto caso de corrupção. Os servidores são apontados nas investigações como mentores e articuladores, aliados a um advogado e garimpeiros locais.

A investigação teria se iniciado após a Justiça ter permitido uma escuta realizada através de captação ambiental no telefone fixo do gabinete do delegado Geordan Antunes Fontenelle Rodrigues, confirmando assim o envolvimento dele em vários crimes. Segundo a equipe de inteligência da Polícia Civil, o local funcionava como um "gabinete do crime", onde ele realizava até mesmo reuniões de portas fechadas para pedir propina a empresários que atuam em garimpos da região.

Em uma das conversas interceptadas, o delegado Geordan e o investigador Marcos Paulo Angeli combinam uma propina de R$ 15 mil para devolver um carro para uma vítima que havia registrado um boletim de ocorrência relativo a um golpe de intermediação de compra e venda de veículo. Na conversa, eles acertam que o valor deveria ser dividido igualmente, para cada um deles.

A dupla também demonstrou a necessidade de ter cautela na condução dos "negócios", chegando a comentar a prisão do delegado Clóvis César Reis Bueno, de 45 anos, suspeito de cobrar propina de R$ 15 mil para liberar um caminhão apreendido em Santana do Araguaia (PA). Ele foi afastado das funções pela Polícia Civil do Pará e acabou sendo preso em Palmas, no Tocantins.

FIANÇA E HERMES

Outro episódio relatado na decisão diz respeito ao arbitramento de uma fiança a Ademir Pereira Gomes, que teria sido estipulada em R$ 10 mil. O montante para liberação do detido foi pago, mas na verdade, apenas R$ 1 mil foi efetivamente recolhido. Os R$ 9 mil restantes foram divididos entre a dupla e a advogada que acompanhou o suspeito, identificada como Angelita Kemper, que não sofreu nenhuma medida da Justiça. Em contato com FOLHAMAX a advogada explicou que não foi investigada e não sofreu nenhuma busca e apreensão por ausência de provas contra ela. 

Outra preocupação da dupla se deu após a deflagração da segunda fase da Operação Hermes, em novembro de 2023. A investigação apura a atuação de uma organização criminosa no comércio e uso ilegal de mercúrio.

Um dos mandados foi cumprido em Peixoto de Azevedo e tinha como alvo a Cooperativa dos Garimpeiros de Peixoto (Coogavepe). As escutas flagraram o delegado relatando que recebia R$ 2 mil mensais da instituição, que passou por intervenção da Polícia Federal e do Instituto Nacional do Meio Ambiente (Ibama).

“A Apae recebe R$ 15 mil e a gente R$ 2 mil da Cooperativa. Da onde você acha que vem esse café, ou é tudo de graça?”, afirma ele ao agente Marcos Paulo Angeli.

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Comentários (15)

  • Cuiabano  |  18/04/2024 13:01:21

    Pra tratar com vagabundinho criminoso corno manso covarde lixo igual você tem que ser assim mesmo não gostou soca as duas mãos no cesso e rasga seu merda

  • Florêncio  |  18/04/2024 12:12:35

    Esse nem parece delegado.. não tem naipe de Delegado. Não sei não hein MP Até a conversa escrita

  • Pedro |  18/04/2024 11:11:04

    Pelos comentários do tal CUIABANO e MIKE percebe-se o nivel cultural e de conhecimento de ambos, estudar um pouco faz bem, abre a mente e a escrita fica melhor.

  • Revoltado  |  18/04/2024 10:10:28

    E os advogados sem vergonhas que faziam esquemas com ele.. Angelita Kemper e Gefferson Paixão.. pq não vão ser presos tbm?

  • CIDADÃO ATENTO |  18/04/2024 09:09:54

    Parabéns à PJC. Nenhuma instituição é imune a pessoas de péssimo caráter. Lamentável que um jovem Delegado de Polícia já tenha tamanha distorção em seu caráter. A solução para isso é a demissão a bem do serviço público e cadeia por corrupção passiva, concussão etc. Tem que cortar na carne mesmo. Só assim se consegue melhorar as instituições. Ps.: agora, espertalhões, vocês verão o que é dureza na vida, sem o trabalho, sem o salário etc. Todo castigo para corruptos é pouco.

  • Curimbatá  |  18/04/2024 08:08:58

    Acabou com a careira por causa de migalhas, propina suja que dividia com um monte de parasitas, recebeu troco de pinga achando que era muito. Agora o final é melancólico, cadeia e exoneração pra largar de ser burro.

  • Sociedade |  18/04/2024 08:08:56

    E o indivíduo que executou o cabo da PM, na praça oito de abril? Já foi demitido ou não????

  • Cuiabano  |  18/04/2024 08:08:45

    Um vagabundinho criminoso corno lixo covarde igual você pedro jamais conseguirá arranhar a imagem da gloriosa PM ninguém tem culpa se na sua família só tem putas cornos e criminosos de mamando a caducando

  • Observador |  18/04/2024 08:08:38

    O cara estava no período de "estágio probatório", e já era ninja assim, imagine esse cara daqui 10 anos.

  • Mike |  18/04/2024 08:08:33

    Esse pedro não passa de um vagabundinho criminoso corno manso covarde Ninguém tem culpa se mulher adora dar o caneco pra PM todo azar pra corno é pouco

  • André Machado Pinto |  18/04/2024 08:08:03

    Essa mistura de POLÃCIA, POLÃTICA, EMPRESARIOS DO AGRO COM O CRIME, é algo sério a ser combatido e já tomou conta do ESTADO DE MATO GROSSO.

  • Tonho |  18/04/2024 07:07:42

    Jogou a carreira,a honra e a dignidade no mato. Agora resta uma caminha fria na cadeia e a dinheirama fruto da corrupção para o advogado.

  • Cuiabano  |  18/04/2024 06:06:14

    60 % da população brasileira são criminosos e corruptos trocam os votos por carteiras de cigarros, corotes de pinga, cigarro de maconha, por pão com mortadela, deve ser uma imensa dificuldade, uma verdadeira batalha pra poder selecionar servidores públicos

  • Pedro |  18/04/2024 04:04:53

    Parabéns a PJC de Mato Grosso, além de estar fazendo excelentes investigações estão cortando na própria carne os que insistem em agir a margem da lei, diferentemente da Polícia Militar onde dois marginais mataram moradores de rua e foram defendidos até pelo comandante geral, quando foi que a corregedoria da PM prendeu um oficial? Tem oficial dos bombeiros que mataram alunos no treinamento e nada aconteceu, são até promovidos na corporação. PM e BOPM aprendam com a PJC de MT, instituição séria que com suas ações e atitudes está cada dia mais ganhando o respeito do cidadão matogrossense.

  • Alencar  |  18/04/2024 04:04:53

    Cadeia, exoneração neles.

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