Prestes a completar 13 anos do crime, Cláudio de Souza, de 44 anos, conhecido como \'Maníaco da Lanterna\', foi condenado nesta sexta-feira (16) a 20 anos e seis meses de prisão em regime fechado. Ele foi julgado, no Fórum de Alta Floresta, a 800 km de Cuiabá, pela morte do casal Luiz Carlos Cavalcante e Rosimeire Zanco, em 2001.

Esse é o segundo crime pelo qual o réu foi condenado. Há três anos, ele pegou 20 anos de prisão pela morte de outra mulher e tentativa de homicídio contra o namorado dela, em Sinop, a 503 km da capital.

O réu é acusado pela morte de pelo menos nove pessoas, entre 2001 e 2005, sendo que a maioria em Alta Floresta. Porém, ele ainda deve ser julgado por esses outros crimes cometidos no mesmo \'modus operandi\'. A acusação é de que Cláudio usava uma lanterna e uma espingada para abordar os casais de namorados. Em alguns casos, a mulher ainda teria sido vítima de estupro. Ele cumpre pena no Presídio Osvaldo Florentino, o \'Ferrugem\', em Sinop.

Durante o julgamento, o réu disse que não iria comentar sobre o crime, mas que só iria pontuar que, em nenhuma das vezes em que foi preso em Alta Floresta, portava arma de cano longo e sim revólver, se referindo à espingarda utilizada para matar as vítimas. No entanto, em abril de 2002 quando foi preso pelo crime, ele confessou a autoria dos assassinatos e ainda indicou o local onde havia enterrado o corpo da jovem. Porém, o corpo não foi encontrado no local informado.

Apenas uma testemunha de acusação prestou depoimento. Porém, o pai de Luiz Carlos, José Pedro Cavalcante, alegou que não sabia o motivo pelo qual o filho foi morto. Foi ele quem reconheceu o corpo da vítima após o crime.

O crime na noite do dia 14 de julho de 2001, na estrada vicinal \'Primeira Leste\'. Conforme o processo, por vontade livre o acusado, que estava com uma espingarda cartucheira, atirou contra o casal. Cinco dias depois, o corpo de Luiz Carlos foi encontrado. No local, também estava a motocicleta dele, uma camisa suja de sangue, um capacete e uma bicicleta. Já o corpo da mulher nunca foi encontrado.

Uma reportagem sobre os ataques do \'Maníaco da Lanterna\' foi exibida em 2007 pelo programa Linha Direta, da Rede Globo. Um sobrevivente concedeu entrevista e contou como foi a abordagem. A vítima disse que estava no carro quando o autor do crime surgiu com uma lanterna para tentar evitar qualquer reação do casal e mandou que as vítimas saíssem do veículo. O saiu e viu a mulher ser morta a tiros e depois correu, evitando que fosse pego pelo criminoso.