Polícia

Terça-Feira, 24 de Junho de 2025, 16h20

CASO RENATO

PC indicia 2 PMs por emprestar arma e intermediar morte de advogado em MT

Jurista foi executado em disputa por fazenda

Da Redação

Joao Vieira

 

A Polícia Civil indiciou, nesta segunda-feira (23), dois policiais militares - Ícaro Nathan Santos Ferreira e Jackson Pereira Barbosa - pelo crime de homicídio qualificado do advogado Renato Gomes Nery, de 72 anos, ocorrido em 5 de julho de 2024, em Cuiabá. Os militares eram investigados pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) em inquérito complementar, que também foi concluído nesta segunda-feira. Segundo as investigações da DHPP, os dois agiram como intermediador do homicídio.

Um dos militares também está envolvido no empréstimo da arma usada no crime. As qualificadoras do indiciamento dos dois policiais pelo crime de homicídio são promessa de recompensa (e com recebimento), emprego de meio que possa resultar perigo comum e recurso que impossibilitou a defesa vítima.

No início de maio, a DHPP também indiciou um caseiro e outro policial militar como envolvidos diretamente na execução do homicídio do advogado Renato Nery. Os dois, que estão presos de forma preventiva, foram indiciados pelo crime de homicídio qualificado pela promessa de recompensa e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

De acordo com as apurações, o policial militar foi o intermediário contratado pelo casal para fazer o “serviço”. Ele conseguiu a arma de fogo usada no homicídio e foi quem repassou a arma para o caseiro da chácara, que pilotou a motocicleta Honda Fan até o local do crime e efetuou os disparos que atingiram o advogado.

As investigações da DHPP identificaram um casal, moradores do município de Primavera do Leste, como mandante do crime. A motivação do crime foi uma disputa de terra. ]

Ambos tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça também no início de maio e permanecem presos. Eles ainda continuam a ser investigados pela DHPP.

Mais militares indiciados

Outros quatro militares foram, ainda, indiciados em outro inquérito da DHPP que apurou o confronto entre criminosos e a Polícia Militar, ocasião em que foi encontrada a arma utilizada no assassinato do advogado. A suposta ocorrência foi registrada sete dias depois do homicídio. Essa investigação tramitou de forma distinta e simultânea com o inquérito sobre o homicídio de Renato Nery. 

Ao contrário da versão apresentada pelos militares, de que os suspeitos abordados na ocorrência faziam uso de arma de fogo, constatou-se que aquelas pessoas não estavam armadas na ocasião. A investigação apurou, com base em exames periciais e outras provas, que as armas apresentadas pelos militares foram colocadas na cena do crime depois do suposto confronto. Os quatro envolvidos foram inquiridos mais de uma vez sobre a ligação da arma com o homicídio do advogado, mas os militares reservaram-se no direito ao silêncio.

Vale lembrar que, até o momento, não há indícios de participação direta dos demais militares na execução do homicídio do advogado. O inquérito sobre o confronto aponta o envolvimento dos quatro no sentido de ocultar a impunidade do crime anterior, pelo fato do grupo ter dispensado a arma de fogo usada no homicídio de Renato Nery.

O homicídio

Renato Nery morreu aos 72 anos, atingido por disparos de arma de fogo, no dia 5 de julho de 2024, na frente de seu escritório, na capital. A vítima foi socorrida e submetida a uma cirurgia em um hospital privado de Cuiabá, mas morreu horas depois do procedimento médico.

Desde a ocorrência, a DHPP realizou inúmeras diligências investigativas, com levantamentos técnicos e periciais, a fim de esclarecer a execução do advogado.

Comentários (1)

  • Pva |  24/06/2025 17:05:09

    O tal do policial Jackson só faz merda em Primavera e não foi exonerado e preso até hoje. Já foi assunto de notícia de ao menos três casos na cidade e permanece como servidor do Estado. PQP

Confira também: Veja Todas