Os investigadores e escrivães da Polícia Civil de Mato Grosso conseguiram uma reestruturação salarial de 15% do governo do Estado. O benefício veio depois de uma série de reuniões entre os representantes do governo e do sindicato da categoria. Dessa forma, ficou acertado que a reestruturação passa valer a partir de janeiro do ano que vem, sendo finalizada em outubro de 2015.

No início das negociações, os agentes da Polícia Civil pediram um reajuste salarial de 80% e chegaram a ameaçar greve. A proposta do governo foi aceita pelos trabalhadores durante a assembleia geral da categoria, que ocorreu na segunda-feira (31).

Na oportunidade, o presidente do Sindicado dos Investiga-dores da Polícia Civil de Mato Grosso (Siagespoc), Aníbal Marcondes, explicou os detalhes da reestruturação para os agentes, que concordaram com os termos estabelecidos pelo governador Silval Barbosa. Marcondes, inclusive, ressaltou a intervenção do governador, pois, segundo ele, as reuniões com a equipe econômica do Estado não foram bem sucedidas.“As negociações só avançaram a partir da entrada do governador que conseguiu nos apresentar uma proposta salarial, coisa que, até então, não havia acontecido”.

O sindicalista ressaltou que a proposta não é a ideal, mas, por outro lado, o final das negociações teve um balanço positivo. Destacou também que, apesar da reestruturação de 15%, ainda continua o abismo salarial entre os escrivães e investigadores em relação aos delegados em início de carreira.

Cita que no final da reestruturação, os escrivães e investigadores, em final de carreira, com 30 anos de serviço, irão ganhar cerca de R$ 12 mil, que representa 50% do salário de um delegado em início de carreira. “Então, nesse aspecto, não houve muitos avanços nas negociações”.

Com relação à reestruturação, Marcondes explicou que os 15%, mais a recomposição das perdas inflacionárias, serão aplicados em todos os níveis de carreiras dos escrivães e investigadores, que vai de A a E. Ele cita o exemplo do investigador em início de carreira que atualmente recebe R$ 3 mil e com o reajuste passará a receber R$ 3,9 mil, isso a partir de janeiro, e mais de R$ 4 mil até o final de maio do ano que vem.

Além da reestruturação salarial, o sindicalista ressaltou que também é preciso melhorar o efetivo e as condições de trabalho da Polícia Civil. Citou que o último concurso, realizado há 3 anos, não supriu a demanda de falta de escrivães e investigadores no Estado.

Marcondes informou que existe um concurso em andamento que prevê a criação de mais 450 vagas no quadro da Polícia Civil, mas que ainda não é o suficiente. Sobre a falta de condições de trabalho, ele comentou que há problemas de infra-estrutura em todas as delegacias, principalmente no prédio da Delegacia do Planalto.

Detalhou que a estrutura é muito pequena, o que impede o bom desempenho dos profissionais na hora de exercerem as suas atividades. A mobilização por melhores salários dos escrivães e investigadores começou em junho do ano passado.

Mas o movimento só ganhou força no final do mês passado, principalmente depois que o governo concedeu reajustes salariais e reenquadramento de carreiras para os delegados, bombeiros e policiais militares. “Se o governo concedeu o benefício para uma categoria, tem que conceder para todas. Acredito que o Estado tem que tratar todos os trabalhadores de forma igual”, argumentou o presidente do Siagespoc.