Polícia

Quinta-Feira, 29 de Fevereiro de 2024, 10h03

TORTURA

Tio de bombeiro morto em curso desabafa: "não foi acidente"

Soldado morreu após levar "caldos" durante curso

SILVANA RIBAS

A Gazeta

 

"Meu sobrinho era muito competitivo, se esforçava ao máximo. Ele morreu lutando, achou que ia conseguir. Não foi um acidente, foi pura maldade", desabafa Marcos Alexandre Batista Pinheiro, tio do soldado Lucas Veloso Peres, 27, morto em treinamento na lagoa Trevisan, na manhã de terça-feira (27). Morador da cidade de Caiapônia (GO), garante que o velório de Lucas reuniu mais de 3 mil pessoas, na cidade de pouco mais de 15 mil habitantes. O jovem, que tinha formação de engenheiro mecânico, já se preocupava em reservar o hotel para a família vir até Cuiabá, participar da solenidade de formatura como Bombeiro Militar, no dia 2 de julho. 

O tio assegura que a família está desolada, bem como parte da cidade que conviveu com Lucas desde a infância. A avó, de 74 anos, também está inconformada com a morte precoce do neto que cuidava dela. 

Um atleta completo, que atuava no ciclismo, longas caminhadas de mais de 20 quilômetros e descidas de cachoeira com rapel, a mais de 50 metros de altura, Lucas não tinha qualquer problema físico que explicasse a morte. O laudo oficial, que mostra que a causa da morte foi afogamento, só reforça para a família que não se tratou de acidente. 

Filho caçula do casal Maria do Carmo e Cleuvimar Veloso, ambos servidores do fórum da Comarca. O avô de Lucas dá o nome ao prédio do fórum da cidade, pois José de Carvalho Peres foi um conhecido oficial de justiça da região. 

"Meu sobrinho foi bom em vida, não é porque morreu que vamos dizer que era bom. Ele tinha um cuidado extremo com a alimentação, nem chocolate comia. A namorada era vegana. Sempre foi esforçado e solidário com as outras pessoas, por isso a cidade toda veio se despedir dele e apoiar a família", conta Marcos. 

Ele cobra um posicionamento do governador de Mato Grosso que, segundo ele, não se pronunciou sobre o caso. "Aqui em Goiás, o governador assume que é o comandante das forças de segurança e age como um comandante. Mas aí em Mato Grosso, ele vai se manter calado sobre o que aconteceu?".  

Lucas foi sepultado às 17h de quarta-feira. O corpo foi velado em Cuiabá, na 3ª Companhia Independente Bombeiro Militar no Distrito Industrial, e seguiu para Caiapônia, no início da manhã. Após cortejo, foi velado no memorial da cidade. O pai e o irmão vieram até Mato Grosso buscar o corpo.

Comentários (6)

  • ana |  29/02/2024 15:03:42

    ja vi esta historia antes, e voce? por falar nisso é verdade que a tenente ledur esta querendo ser promovida e receber os retroativos ?

  • Zeca |  29/02/2024 11:11:29

    Enquanto não punir corretamente esses Estúpidos da farda vai acontecer novamente. E a tal da Ten.Izadora ledur? E do Abinoao no lago do manso ?

  • Cuiabano  |  29/02/2024 11:11:20

    Justiça omissa, Ledur matou um não aconteceu nada, até quando os oficiais vão continuar matando os alunos soldados, na PM (pra quem não se lembra do Abionoao) e no bombeiro?

  • Corporativismo e cia |  29/02/2024 10:10:14

    Os treinadores são mau preparados e ainda ministram cursos que, visa somente humilhar e explorar os alunos ao extremos com suas "autoridades " . Falo com propriedade própria de quem já fez esses cursos.

  • Cuiaba |  29/02/2024 10:10:12

    Se tivessem punido a ledura exemplarmente,quem sabe não teríamos mais uma mãe chorando hoje

  • Pedro |  29/02/2024 10:10:12

    O Sr. Governador está na imprensa dando piti por causa de uniformes escolares, todavia não veio a público esclarecer e se desculpar pelo assassinato deste rapaz. O Secretário de Segurança Pública, cadê esse homem? Vão normalizar o anormal? Isso vai ser conduzido desta forma pela imprensa!? Como se as autoridades públicas não fossem responsáveis? Quanto que tem que pagar para a imprensa digital ir pra cima de quem deve?

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